"Acho que hoje em dia, as pessoas deram uma chance à esta "classe" que por décadas veio sendo zoada sem dó pelas "classes" que tinham mais força."
Eu não sei em que ponto da História ocorreu esta reviravolta. Um belo dia eu acordei, e todo mundo estava achando legal ser nerd. E eu todo "Que porra é essa?". E isso me choca (pra bem), pois eu sempre fui nerd. Ainda sou nerd. Bom, pouco importa.
Eu não sei em que ponto da História ocorreu esta reviravolta. Um belo dia eu acordei, e todo mundo estava achando legal ser nerd. E eu todo "Que porra é essa?". E isso me choca (pra bem), pois eu sempre fui nerd. Ainda sou nerd. Bom, pouco importa.
O nerd, para quem não sabe, é sempre aquele cara que se interessa em demasiado por algo que normalmente nem todo mundo se interessa, e se devota à esse algo como se religião fosse. Pode ser uma matéria específica, filmes, desenhos, artes. Sempre algo considerado cultural. E normalmente o nerd não se encaixa nos padrões de beleza ditados pela mídia, nem nos modelos-padrões de relacionamento na sociedade.
Como eu disse acima, o que choca é que sempre fui nerd. E nunca me dei bem por isso. Aliás, eu sempre sofri por isso. Já apanhei e fui humilhado por isso. E eu sofria em dobro, pois fiz meu colegial em escola pública, e como toda escola pública a minha era repleta de traficantes de pequeno porte e pseudo-marginais (alguns poucos já eram marginais de verdade mesmo, mas a maioria era pseudo). Ser humilhado hoje em dia chama "bullying", eu acho. Whatever. Quando eu era criança eu sinceramente não sentia isso tanto, fui sentir isso na minha puberdade, adolescência, chamem como quiser essa maldita época em que é normal você bater de 5 a 8 punhetas por dia, e ter o rosto sempre minado com espinhas. Sim, espinhas. De todos as espécies, classes, tamanhos e em todos os lugares. E para a minha tristeza, a maioria sempre crescia no rosto. As minhas "preferidas" eram aquelas nas pontas dos lábios, que além de serem nojentas, faziam o favor de doer pra caralho.
Já descrevi que eu, como todo nerd adolescente que se prezava (preze) era punheteiro e tinha uma porrada de espinhas no rosto. Além disso, eu também tinha voz falha, que ia do agudo ao grave, aleatoriamente. Sim, nenhum nerd adolescente que se preze tem uma voz muito legal.
Meu cabelo não tinha corte, era grande e desgringolado. Tinha acabado de começar a ouvir punk rock lá pros idos dos meus 13 anos. Sim, todo nerd adolescente que se preze tem um cabelo ridículo. E das duas, uma: Ou o nerd se penteia demais (e fica ridículo) ou ele não se penteia nem um pouco (e fica também ridículo).
Nerd adolescente também é, das duas, uma: Ou excessivamente gordo, ou excessivamente magro. Muito embora eu tenha sido atleta desde criança, praticando vários esportes, eu me enquadrava no segundo quesito.
Bom, e o meu desempenho de nerd adolescente com as garotas não era nada legal. Não por que eu era um moleque chato ou bobo. OK, talvez eu fosse um pouco (?) chato e um pouco (?) bobo, mas isso nem vem ao caso. O fato de você ser classificado como nerd anula qualquer possibilidade de você sequer TENTAR provar seu conteúdo. E nerds sempre têm algum tipo de conteúdo (ou vários), pode ter certeza. Eu não era lá muito galanteador com as meninas. O quê me salvou, é que formei minha primeira banda com 13 anos, então de "nerd" galguei o posto de "nerd roqueiro". O "nerd roqueiro" é uma figura atípica, pois não deixa de ser nerd só por que toca algum tipo de instrumento, mas ele conquista o "direito" de interagir sexualmente com as outras "nerds roqueiras", ou quem sabe até, dependendo de sua aparência, com as "roqueiras". Mas normalmente na adolescência, todas as roqueira(o)s são nerds, então que se foda.
O foda é que a vida sexual do nerd que não tem banda normalmente acaba se resumindo basicamente à uma coisa: o culto à punheta. Ele pode ir buscar ajuda em um puteiro de qualquer tipo, mas existem elementos que impossibilitam a ida do nerd adolescente ao puteiro. E como estou falando de uma fase que dura normalmente dos 12 até mais ou menos os 17, 18 anos, irei analisar esses elementos dentro do contexto temporal descrito:
1º - Nem o nerd, nem seus melhores amigos (necessariamente também nerds) têm carro, o que dificulta muito à ida ao puteiro. Pois ninguém vai até a zona de dia, nem de noite: Vai de madrugada. Se você vai no puteiro de dia ou de noite, você é doente ou casado. E se você está comendo puta casado, isso não te torna menos doente, e te torna também um filho da puta.
2º - O nerd gasta toda sua renda (provavelmente mesada, ou aquela graninha que ganha aleatoriamente do avô ou dos tios) com gibis (que ele chama de HQ´s ou Graphic Novels), bonecos (que ele chama de Action Figures), video-games, livros e etc. Na minha época, ainda gastava-se com Revista Playboy ou Sexy. Hoje em dia, com a Internet, os nerds conseguem economizar nesse sentido. É meus amigos, a punheta naquela época saía cara e dava muito mais trabalho! (Ainda vou escrever um artigo sobre isso, aguardem.)
3º - O nerd ainda não conseguiu adquirir capacidade moral ou física para manter relações sexuais de qualquer natureza, ainda mais dentro de uma relação de consumo (mediante paga), pois o nerd quase sempre é uma criatura muito sensível em todos os sentidos.
Ou seja, essa é minha explicação lógica, racional, filosófica e sociológica que nos diz por que o nerd é sempre tão punheteiro.
E digamos que esse "inferno astral sexual" dura mais ou menos até o final do colegial, alguns até transferindo-se para os primeiros meses de faculdade.
Mas na faculdade o mundo muda de figura, e o nerd quase sempre arruma um estágio, que lhe proporciona mais dinheiro. Aí conhece alguém que tem carro, tão babaca quanto ele, que lhe proporciona um meio de transporte até a zona, e finalmente o nerd perde sua virgindade na zona, com direito à ejaculação precoce e aquele sentimento de "Que merda, era isso?". Não, não era isso seu filho da puta, você que precisa ter uma relação sexual com uma garota que não seja uma prostituta.
Pronto, o nerd fez sexo. É claro que existem variáveis, tal o nerd que conhece uma nerd, e perde a virgindade com ela numa foda bem nerd. E o nerd que conhece uma "maria nerd". Mas na minha época não existiam marias nerd...
Aliás, existem os nerds também que se tornam simplesmente abstinentes de sexo, conformados com sua situação de nerd. E simplesmente esperam. A minoria, espera anos ainda. A maioria, espera para sempre e morre virgem.
A questão é: Ser nerd era uma merda, por que realmente era uma merda, pois a sociedade toda em si contribuía para que fosse uma merda! O interessante é que hoje em dia, existe esse movimento "Pró-Nerdismo", e eu particularmente acho isso sensacional. Comunidades no Orkut provam isso, onde meninas e meninos provam publicamente seu amor pelos(as) nerds em seus perfis pessoais. Existem também seriados, desenhos e muitos dos ditos nerds com voz ativa nas mídias virtuais, que já colecionam milhões de seguidores assumidos.
Hodiernamente, é "hype" e soa legal você dizer que coleciona todos os bonecos dos Transformers e os separa por Autobots/Decepticons na prateleira, que joga vídeo-game, que joga Halo Online, que ama Star Trek, Star Wars, que você tem o "lightsaber" do seu personagem preferido, que você estuda Física Termodinâmica, que você tinha todos os G.I. Joe´s (e os Cobra´s também, desde a época do Destro), que você tem os "voice changers" do Optimus Prime e do Darth Vader, que você ama a trilogia do Senhor dos Anéis, que você tem o livro do Tolkien (mas nunca leu inteiro, até porquê se você leu inteiro você não é nerd, você é paciente e meio louco), que você jogava (joga) RPG (De Vampiro, passando por D&D até Gurps!), que você faz Cosplay, que você coleciona HQ´s, que você sabe falar a língua dos elfos, que você decorou toda a gíria Nadsat falada pelo Alex DeLarge em "Laranja Mecânica", que você leu Nietzsche, Tolstói, Shakespeare, Dostoiévski, Goethe e por aí vai...
Acho que hoje em dia, as pessoas deram uma chance à esta "classe" que por décadas veio sendo zoada sem dó pelas "classes" que tinham mais força. Classes como: "Gostosas", "Patricinhas", "Mauricinhos", "Atletas", "Malandros", etc...
Se pelo menos poucas pessoas no mundo começarem a não julgar os outros pela aparência quase sempre estranha, e um jeito quase sempre diferente, esse mundo será um lugar bem melhor. E saiba: Você sempre pode aprender MUITO com um nerd.
Sem mencionar, que no futuro, eles serão quase sempre os mais bem-sucedidos na vida. Fica, pra finalizar, o exemplo de Anthony Edward Stark, vulgo "Tony Stark", vulgo "Homem-de-Ferro", que além de nerd, é bonitão, bilionário e simplesmente um dos maiores comedores do Universo Marvel/DC.
Deus abençoe o PC Siqueira, o "The Big Bang Theory" e o Tony Stark!
Abraços!
PS: Sabe por que quase sempre acham a piada de um nerd sem graça? É por que a maioria realmente não entende, e o diminui por isso. O grupo conspira contra ele, afastando-o do grupo e ridicularizando-o, pois até num nível inconsciente o ser humano sabe que a inteligência é o único atributo humano que se sobrepõe à todos os outros!
PS2: O comentário acima não se aplica aos nerds que são completamente babacas, mesmo sendo expoentes da inteligência. Esses aí podem e devem ser zoados mesmo.
PS3: I´M THE IRON MAN! (Pã pã pãpãpã...)
Sensacional. E há muito, mas muuuito tempo atrás os nerds eram chamados CDF´s tbm...rs.. Traduzido : 'Cú de Ferro'
ResponderExcluirADOREI o artigo.
Bruna
Muito legal
ResponderExcluirParabéns
O problema do Nerd não é ser Nerd, e sim não se socializar ao mesmo tempo que se dedica aos seus interesses; como outras pessoas que idolatram oque fazem, assim como os atletas, estudiosos etc que mantém um relacionamento social mesmo que pequeno!
ResponderExcluirÉ exatamente o meu ponto de vista, os assim chamados Nerds, ou pessoas com inteligência superior, medo de relacionamentos sociais físicos, amantes de HQs, games, RPGs, livros, AFs e portadores de feiura crônica aliada a mal vestimena, ego forte e complexo de superioridade sobre a raça humana, são nada mais que seres frágeis e que precisam de carinho e amor de gêmeas ruivas lésbicas e ninfomaníacas. Nerd Power!
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