Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Só sei que à Marte e ao Deserto irei. - Doutor Manhattan x Jesus Cristo.

"É fácil você falar quando você está de fora do campo. No banco de reservas, você talvez tremeria. No campo, então, você talvez nem conseguisse jogar. Talvez você fosse pra Marte. Ou talvez pro deserto."


Ih, Dr. Osterman, FUDEU!


Quem me conhece, sabe. Sou fã de "Watchmen". Uma das minhas tatuagens é uma homenagem à isso, inclusive.

Elenco de "Watchmen": Doutor Manhattan, Comediante
Espectral, Ozzymandias, Capitão Metrópolis,
Coruja e Rorschach.

Para os desavisados de plantão, "Watchmen" é uma "graphic novel" escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada pela DC Comics entre os anos de 1986 e 1987. Foi considerada uma 100 melhores obras escritas de todos os tempos pela revista "Time", e virou filme no ano de 2009, dirigido por Zack Snider.

Elenco do filme, que é do caralho por sinal.

Sem entrar em detalhes da trama, vou focar logo no que realmente interessa, ou melhor, em quem realmente interessa. Nosso querido azulão aí chama-se Jon, ops!, DOUTOR (afinal, ele estudou pra isso, o cara é PhD) Jonathan Osterman, vulgo "Doutor Manhattan".

Jonathan Osterman e sua namorada na época, Janey.
Sua última foto antes do acidente na câmara. 


E não se choquem com o fato dele se sentir bem assim, do jeito que veio ao mundo.

Renascimento de Jon Osterman no laboratório.
Primeira aparição da caceta azul.

Jon era um cientista/físico nuclear, que fica acidentalmente preso num dos projetos no qual ele trabalhava, mais especificamente numa câmara de campo instrínseco, sendo acidentalmente desintegrado em seguida. Aos poucos, e misteriosamente, Jon começa a se reestruturar em um nível sub-atômico, pouco a pouco reestruturando seu sistema nervoso, ossos, e eis que ressurge ao mundo na forma como o conhecemos, o bombadão azul e careca que vive nu..

Doutor Manhattan tratando um reator nuclear
com uma singela dedada.


Agora como um ser ex-humano, pelo menos não mais fisicamente/materialmente falando (muito embora carregue traços de humanidade em sua essência e espírito), Jon é capaz de manipular toda e qualquer tipo de matéria do universo num nível sub-atômico, inclusive a si próprio. Ou seja, o cara basicamente é Deus. Mas, como gosto de chamar, um "Deus com crise de identidade."

Jon Osterman levando no olho do cu no campo intrínseco.

Jon, então, passa a ser chamado de Doutor Manhattan. A explicação para isso, nas palavras do próprio Jon, seria um "recado para todos os inimigos dos Estados Unidos", pois na estória é dito  que "o Super-Homem existe, e ele é Americano."

Doutor Manhattan pagando de louco
explodindo a cabeça de um mafioso.


Inclusive, nesse universo paralelo, o então Presidente Nixon pessoalmente chama o Doutor Manhattan para servir a Pátria no Vietnã, e é claro que os Estados Unidos, na ficção, acabam vencendo a Guerra do Vietnã.

Doutor Manhattan tocando o foda-se na Guerra do Vietnã.

Seu apelido também é claramente uma homenagem  ao "Projeto Manhattan", que foi o Projeto que desenvolveu as primeiras armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial.

Rapeize do "Projeto Manhattan" vendo o estrago que a "Bomba A" faz.

Em dado momento da trama, Jon acaba ficando puto da cara num programa de entrevistas na TV aberta, e após se indignar e mandar todos à puta que o pariu, ele simplesmente, num átimo, se teletransporta da Terra para Marte.

Doutor Manhattan mandando tudo à puta que o pariu,
antes de se mudar para Marte.


E em Marte, Manhattan reflete. Pensa, reflete. Reflete, Pensa. Enquanto o pau começa a comer na Terra, mais precisamente nos Estados Unidos, ele está em Marte pensando. E é aí que quero desenvolver minha idéia.

Doutor Manhattan de boa em Marte.

Muitos fãs de Watchmen julgam o Doutor Manhattan um belo de um cuzão, pois com o faca e o queijo na mão, o cara simplesmente decide vazar da Terra e ficar passeando por Marte, aonde ele inclusive constrói um castelinho bizarro pra ele.

Eu mesmo era um desses que criticava o Manhattan, achando mais é que ele tinha que desintegrar a Rússia de vez. Mas aí me veio algo na cabeça. É fácil você falar quando você está de fora do campo. No banco de reservas, você talvez tremeria. No campo, então, você talvez nem conseguisse jogar. Talvez você fosse pra Marte. Ou talvez pro deserto.

Castelinho-nave very crazy do Dr. Manhattan em Marte.


Digo "deserto", pois nas minhas viagens mentais, eu tomei a liberdade de comparar o Doutor Manhattan com Jesus Cristo. E Jesus Cristo, diferente do Doutor Manhattan, todo mundo sabe quem foi. Todo mundo quem é. Acreditando nele, ou não, todo mundo conhece.

Jesus Cristo, após ter sido batizado no rio por João Batista, passou 40 dias no deserto. Esse retiro no deserto foi uma  espécie de preparação para sua missão. Em oração e recolhimento, ele se interiorizou e decidiu como atuaria no mundo a partir daquele momento. E é claro, que nesse recolhimento, Jesus foi tentado pelo Diabo.

Lúcifer pagando mico ao tentar encoxar Jesus no deserto.
Sacanagem.

Fazendo um comparativo, Doutor Manhattan também estava sendo tentado. A pressão para que ele desse cabo na Guerra Fria era enorme. O Governo Americano o pressionava por todos os lados. Seria, de fato, o correto a se fazer? Será que no fundo, não era o Governo Americano que estava errado? Ou não? De fato, o Governo e o Povo Americano não representavam para o Doutor Manhattan a tentação e as dúvidas que Lúcifer ou Satanás representavam para Jesus? Ora, em meio à tantas dúvidas, nada mais justo do que um tempinho para se pensar em paz. Longe de tudo e de todos. Marte parece um bom lugar. Ou o deserto.

Pois são, de fato, em momentos de isolamento que conseguimos ouvir "a voz do silêncio". E a voz do silêncio nada mais é que a voz existente dentro de nós mesmos, a voz da consciência. E em meio à tanto barulho, sabemos que é muito difícil ouvir a voz da consciência. E pior: muitas vezes, o barulho não está apenas do lado de fora, mas muitas vezes o barulho está no turbilhão de nós mesmos. Às vezes, nossos instintos, vícios e defeitos gritam tão alto dentro de nós, que não conseguimos ouvir a voz do nosso silêncio interior. Em meio à todos os desejos e prazeres materiais, não conseguimos ouvir direito a voz da nossa consciência.

Jesus inventando o jogo "passa-anel" no deserto.

Minha opinião é a seguinte: Façam como Jesus Cristo e o Doutor Manhattan. Interiorizem-se mais. Não precisa ser o Filho do Homem, pois o Filho do Homem era um só. Não precisa ser desintegrado acidentalmente numa câmara de campo intrínseco, pois você provavelmente não aprenderia a se reintegrar sub-atomicamente e se apresentaria ao mundo como um semi-deus(a) azul com tendências naturistas. Não precisa ir à Marte, ou você vai implodir em meio à imensidão espacial. Nem ir ao deserto, pois vai morrer de fome, sede e insolação. Aprenda a interiorizar-se, a ouvir mais a voz do seu silêncio, que no fundo é a única voz que realmente importa. O isolamento e a reclusão, muitas vezes, são necessários para reorganizarmos nossas idéias e objetivos. Reorganizar nosso corpo e nossa alma.

Por isso, te desejo boa viagem. Seja para Marte, ou para o deserto. E o mais importante: não esqueçam que a vida de vocês é aqui na Terra. Portanto, podem passear e pensar à vontade sobre como vocês devem agir no mundo. Só não esqueçam de voltar pra cá!

Boa madrugada à todos, no deserto, planeta ou universo que for.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Só sei que músicas são lembranças.

"Enquanto estiver preso ao passado, e às lembranças, lá estarão tocando suas músicas preferidas. Te assombrando. Nunca um fantasma foi ao mesmo tempo tão agradável e tão desesperador de se ouvir!"

Sabe quando certa música te lembra alguém?


Tenho certeza que sim. Caso não, vai ser insensível assim na puta que te pariu.


Músicas e lembranças se conectam que são uma beleza. E isso não acontece apenas com músicas, mas com lugares e situações também.


Vamos vivendo a vida. Os momentos. As situações. Quase sempre, dividindo momentos especiais com pessoas que julgamos igualmente especiais. E muitas das vezes, em meio às situações e às pessoas, as músicas tocam timidamente (ou não) ao fundo.


Enquanto tudo acontece, lá está a música sendo tocada. Lá está o momento sendo vivido. E do jeito que está acontecendo, é do jeito que será lembrado.


E como o ser humano adora fazer merda, nem sempre tudo dá certo. E lembranças que eram para ser boas, acabam se tornando lembranças ruins. MUITO ruins.


E certas situações que você viveu como sendo um céu particular acabam se tornando um inferno artificial. E lá estarão as músicas tocando nesse inferno.


Músicas que você amava (e ama) simplesmente se tornaram aço frio de punhal no seu coração.


Voluntariamente, você não tem coragem de ouvir essas músicas. E nem quer, pois vai te deprimir.


Caso ela toque aleatoriamente, você rapidamente vai mudar a estação do seu rádio. Caso ela esteja tocando em algum lugar, você vai querer fugir. Mas já foi o suficiente pra você perder a noite.


E agora? Bom, caros amigos. A solução é rezar e lutar para viver situações novas e melhores, com pessoas novas e melhores. Enquanto estiver preso ao passado, e às lembranças, lá estarão tocando suas músicas preferidas. Te assombrando. Nunca um fantasma foi ao mesmo tempo tão agradável e tão desesperador de se ouvir!


Boa noite em Si Bemol.

PS.: Sempre pensem muito bem com quem compartilhar suas músicas preferidas. A Música é uma das formas da Arte. Com a Arte, aproximamos nosso espírito do conceito do Belo (não é o cantor). Então sejam responsáveis para que o Belo não se torne Horroroso. E caso se torna, faça de tudo para que volte a ser Belo novamente, como nunca deveria ter deixado de ser.

domingo, 21 de novembro de 2010

Só sei que não é imortal, posto que é chama, mas que é infinito enquanto dura.

"Pois é, as reviravoltas surpreendem de fato. Até o espectador mais experiente. No fundo, nenhum espectador é tão experiente assim para assistir o filme sem se surpreender. Sem se emocionar."

"...que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure."

Isso pra mim é maestria com as palavras. Quem me dera um dia escrever algo parecido com o que esse sujeito escrevia.


Mas arriscando algumas palavras, falemos sobre sentimentos infinitos que têm fim, sentimentos imortais que de fato morrem.

Os infinitos não deveriam acabar. E se foi "infinito" mesmo acabando, e "imortal" mesmo morrendo, de fato, era tudo verdade. Não era uma ficção sentimental. Nem auto-sabotagem mental. Infinito MESMO, de corpo e alma, enquanto tenha durado.

É que as coisas às vezes simplesmente tomam rumos inesperados. Reviravoltas como nos filmes. E surpreendem até o espectador mais experiente.

No caso, o espectador somos nós. Ao mesmo tempo, em que os protagonistas somos nós. O cinema é o universo. E o filme passando na tela do cinema é a nossa vida.


Conclusão: No mínimo, que seja então, infinito enquanto tenha durado. Imortal enquanto ainda não tenha morrido. Que sua ficção verdadeira tenha tido, enquanto durou, hipoteticamente, um final "feliz para sempre."

Pois é, as reviravoltas surpreendem de fato. Até o espectador mais experiente. No fundo, nenhum espectador é tão experiente assim para assistir o filme sem se surpreender. Sem se emocionar.

Parece que nenhum ator é experiente o suficiente sem errar na hora de representar. Às vezes errar feio. Mas vamos lá, errar é humano, e atores são humanos. Todo mundo ouve seu "Corta!", por melhor que o seja.

Ainda mais quando o filme é dirigido por esse tal de "Deus". Um gênio. Visionário.

Os filmes dele são sempre incríveis. Sucesso garantido sempre. Até quando algumas de suas obras tenham como co-roteirista o tal de "Diabo".

Boa madrugada, e bom começo de semana à todos.

Paz e amor. Amor esse, que seja imortal posto que é chama, e infinito enquanto dure. E que vocês um dia, vivam um amor imortal que nunca venha a falecer em um infinito que não tenha fim. Definitivamente. Nem que vocês morram esperando infinitamente um amor imortal.

PS.: Estou de luto.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Só sei que ando estóico. - "Projeto: Ordem".

"Você é toda merda ambulante do mundo SIM. Mas não está condenado a isso, nem de longe."

O senhor ou a senhora sabe o que quer dizer a palavra "estóico"?

"Estóico" decorre de "Estoicismo", uma das doutrinas e vertentes filosóficas, escola essa fundada por um sujeito que se chamava Zenon, no século III a.C. Ou seja, não foi o Zenon que jogou na Seleção, foi esse Zenon "Old School" da foto abaixo, que está com uma cara meio tristinha.


O Estoicismo, em linhas gerais, nos ensina a sermos IMPASSÍVEIS e INDIFERENTES em relação à TUDO o que acontece externamente ao ser, sejam esses acontecimentos bons ou ruins. Em outras palavras: não devemos nos abalar muito e nem nos excitar muito com fatores externos à nós mesmos. Fazemos parte sim de um mundo, um "Kosmos" (harmonia) governado pelo "Logos" (razão universal) divino e perfeito.

Logo, como parte do Kosmos, devemos nos preocupar com nossos próprios atos apenas, e não nos preocupar  com os atos provocados pelo livre arbítrio alheio.

Agora vamos à razão pela qual estou falando do tal Estoicismo, que aliás me lembra demais o próprio Espiritismo.

Falo disso, pois esses dias escutei de uma pessoa, assim como já escutei de várias outras pessoas, que "o mundo é uma merda." Ouvir uma bosta assim sem tamanho irrita qualquer filósofo ou pessoa com o mínimo de bom-senso. Pois os filósofos e as pessoas de bom-senso sabem que o mundo, vulgo "Planeta Terra" é perfeito por si só. É uma perfeição aos olhos da Geologia, Física, Química, Religião.


Mas meia-dúzia de chapados insistem em ver o mundo com olhos maus, e ficar falando groselha por aí em mesa de bar.

O Planeta Terra, segundo estudos tem aproxidamente quase 5 bilhões de anos, tendo passado por "N" transformações desde o seu "nascimento". Adaptou-se, adaptou-se. O primeiro esboço mesmo do homem só foi surgir há mais ou menos 40.000,00 anos atrás. Quando a Terra já era muito mais velha que a gente.

Eu acho assim: Que moral o ser humano tem para criticar o planeta?

Mais ridículo ainda: O que leva qualquer pessoa a descontar suas frustrações pessoais no Planeta?

O mundo ia muito bem, seguia sem reclamações, até surgir o primeiro homem. E o mundo nos recebeu muito bem. Nos proveu abrigo, comida, água. Todos os recursos necessários à nossa jornada evolucionária.


Se o ser humano é tão racional como ele gosta de dizer que é, que comece a aprender a contemplar o belo. O mundo em si é perfeito, assim como as Leis que o regem. A Natureza é perfeita. Os invasores somos nós. Tenhamos o mínimo de respeito pelo planeta. Pelo menos não os culpemos mais pela violência, pelas frustrações, pelas tristezas e todo o mais.

Aí muitos dizem: "a culpas é das pessoas." E de fato isso é verdade. Mas é aquele tal negócio: O quê eu ganho dizendo ou pensando que a culpa é das pessoas? A maioria das pessoas, em sua essência, são uma merda mesmo. Inclua você próprio e eu nisso aí. Mas que tal irmos um pouco além disso?


Que tal PARARMOS de pensar que a tendência do ser-humano é ser egoísta e orgulhoso, um escravo de suas paixões? Afinal, isso já está gravado nas nossas mentes, não precisa mais ser discutido ou lembrado para nós mesmos ou para os outros.

Todos têm seu livre-arbítrio, cada um faz o que quer nesse mundo, e nos outros mundos. Logo, qual o sentido em perder o meu precioso tempo sequer pensando no mal que os outros fazem, ou possam fazer?

Que tal COMEÇARMOS a pensar que NÓS MESMOS também temos tendências ruins (para não dizer horríveis). Que NÓS MESMOS ainda somos egoístas e orgulhosos e escravos de nossas paixões. Que tal começarmos a combater, de vez, nosso lado mais sombrio?

Pois podem ter certeza, meus amigos, que caso esse combate seja levado à sério por vocês, vocês não terão mais muito tempo para pensar no lado ruim dos outros, mas apenas nos seus próprios lados ruins.

Trave seu combate contra si mesmo. A partir de agora. Soem os clarins da guerra interna.

E repita comigo que o mundo não é uma merda. A merda somos nós. Como Tyler Durden dizia à todos os membros do "Projeto: Caos" no magnífico "O Clube da Luta": "Você é toda a merda ambulante do mundo."


De fato, nós somos. Mas Tyler era um agente do Caos, assim como o próprio Coringa. Um escravo do conformismo intelectual. Pseudo-Revolucionário. Pseudo-Idealista. Agitador. Algo do tipo: "Somos uma merda, e foda-se. Vamos agir como merdas MESMO."

Mas para mim, escravo do inconformismo intelectual, o Universo não é Caos. O Universo é Ordem. Logo, toda a merda caótica, toda essa merda perdida no Caos da transição, deve ter seu objetivo como Ordem. E essa Ordem só pode emanar de nós mesmos, conscientemente, racionalmente e espiritualmente.

Por isso, em verdade vos digo: "Você é toda merda ambulante do mundo SIM. Mas não está condenado a isso, nem de longe. Só é merda, e consequentemente age como merda quem quer. O primeiro passo é reconhecer que você é uma merda ambulante. O segundo passo é reconhecer que você não quer mais ser uma merda ambulante. O terceiro passo é parar de agir como uma merda ambulante."

Chegou a hora de parar de culpar o mundo de vez. De parar de culpar os outros de vez. De se preocupar apenas com os vossos próprios erros, em vez de se preocupar, criticar e julgar os erros alheios. De se preocupar e culpar apenas VOCÊ, em vez de se preocupar e culpar os OUTROS.

Honre seu livre-arbítrio. Você quer ser merda a vida toda? Ou algo mais? Depende só de você. Cada um faz da vida a Ordem ou o Caos que quiser.

E não foi o Tyler Durden, porta-voz do "Projeto: Caos" quem falou. Fui eu quem falei, Tayan Durden, porta-voz do "Projeto: Ordem".

Afinal, eu já cansei desse Caos faz tempo...

Você não?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Só sei que tudo vem à tona. - "Teoria da Bola de Futebol no Mar."

"Vamos imaginar que o mar, na sua imensidão, seja a nossa mente. Afinal, assim como o mar, toda mente tem sua beleza, segredos, mistérios e zonas abissais que o próprio homem desconhece..."

Pois é, passei um tempo sem postagens. Se Jesus Cristo ainda vivesse nos dias de hoje, diria que "nem só de atualizar o blog vive o homem."

Hoje vou falar sobre algo que pensei no banho ontem. Não, não é pornografia...

Algo que resolvi chamar de "A Teoria da Bola de Futebol no Mar."


Quando eu ia à praia quando criança, depois de cansar de jogar futebol, ia dar um mergulho no mar. E claro, levava a bola de futebol pra dentro do mar comigo. Nadava mais ou menos até a água ficar na altura do peito, usando a bola como bóia. Quando chegava nessa altura, meu irmão, e quem mais estivesse na água comigo, o barato era afundar a bola até o fundo da areia, e depois soltá-la. A bola vinha à tona como se míssil fosse. E quanto mais fundo você levava à bola, com mais força ela voltava à tona. Essa era a diversão simplista das crianças no mar. Às vezes a brincadeira continha requintes de crueldade, depois que começamos a aprender como direcionar a bola como um míssil teleguiado para acertar o queixo dos amigos desavisados.

Mas aí são outros quinhentos.


Bom, é claro que minha Teoria não se resume apenas em contar essa história de criança à vocês. Insiste em fazer uma analogia entre essa brincadeira de criança com algo bem adulto: sentimentos.

Mais ou menos assim: Vamos imaginar que o mar, na sua imensidão, seja a nossa mente. Afinal, assim como o mar, toda mente tem sua beleza, segredos, mistérios e zonas abissais que o próprio homem desconhece...

Vamos imaginar que a bola de futebol seja um amor, por exemplo.

Agora, vamos imaginar que as crianças fazendo pressão na bola, arrastando-a para o fundo do mar, sejam sentimentos de ordem inferior, como orgulho, egoísmo, vaidade, preguiça, luxúria, avareza, fraqueza...


Pode haver uma criança pressionando a bola para baixo, para o fundo do seu mar interior. Podem haver duas crianças. Ou dez. Ou cem. Ou mil. Mas uma coisa, meus amigos, é certa: Não importa o quão fundo as crianças arrastem a bola. Elas podem nadar tão fundo em apnéia até uma fenda oceânica, passando pelos mundos imaginados por Júlio Verne e suas 20.000 léguas submarinas, assim como pelas suas fantásticas Lulas Gigantes, quem sabe até encontrem o Bob Esponja no caminho ou aquele monstro bizarro do filme "Cloverfield". Que seja o próprio Aquaman em pessoa levando a bola pro fundo do mar.


Não importa o quão fundo as suas crianças interiores levem a bola para o fundo do seu mar interior, uma lei inexorável da Física irá trazê-la à tona. E quanto mais fundo ela for, mais velocidade e mais força ela vai adquirir no trajeto de volta à superfície. E sim, TODA bola de futebol retorna à superfície, cedo ou tarde. E a pressão que a faz subir cresce ao longo da subida. Vamos tratar a pressão como todo o arrependimento, amargura e frustração que fazem a bola subir, e que só aumentam ao longo da subida.

Portanto, não deixem as bolas de futebol irem muito para o fundo. Aliás, nem para o fundo do mar levem as suas bolas de futebol. Procure mantê-las na praia, sempre à vista. Aonde tem terra. Aonde tem sol. Pensando pior, você pode até se afogar no mar. E mesmo não se afogando, cuidado: No mínimo, quando a bola vier à tona, você pode tomar uma bolada no queixo. Sem maldade.

E dependendo da força que ela tiver quando vier à tona, você pode se machucar. Vai doer. Talvez você possa chorar. Sangrar. Deslocar o maxilar. E se estiver sozinho, pior: Pode desmaiar e se afogar. Morto pela sua própria bola de futebol, arrastada pela própria infantilidade e imaturidade interior. Morto e com o cadáver derrotado à deriva no seu próprio mar interior e metafórico...

Não afundemos nossos sentimentos dentro de nós mesmos. Que lidemos com eles, sem medo de chorar. Para que não nos machuquem mais ainda quando vierem à tona.

Juro que minha próxima metáfora em relação à sentimentos terá zumbis como protagonistas.

E um "VIVA!" para as metáforas e parábolas!