Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Só sei que o bonde pegarei.

"Vou procurar começar a viver meus ideais de vez. Tudo bem, posso ter ficado maluco. Ou posso ter me tornado são de vez."

"-Sobe aí, brother. -É nóis, maluco!"


Esses dias eu havia acordado desanimado. Ressaca, todo fodido de corpo e de alma. Sabe? Então. 

O dia transcorria conforme a rotina mandava: após ter acordado, aquele almoço delicioso, mas que devido à toda corrosão que você mesmo causou na madrugada anterior em seu aparelho gastro-intestinal, o almoço simplesmente desce com aquele gosto de pilha alcalina. Aí vi luz em alguém. Ouvi o som do silêncio. Assim, do nada. E o desanimado se animou.

E quando estou animado eu simplesmente amo pensar. Eu não amo nem fazer as coisas, pelo menos não ainda. Eu amo pensar. E planejar. Eu idealizo também, mas isso eu não amo, pois acabo por me fuder muitas vezes. Mas tudo bem, nem tudo são flores.

Sabe, sou perfeccionista. Durante toda a minha vida "pensante" pelo menos eu adotei a seguinte postura: de que sou alguém que só apresenta seu trabalho pronto. Sim, algumas pessoas vão fazendo o seu trabalho. Vão, mostram o andamento do trabalho, todo dia produzem um pouco, meticulosamente, numa rotina que simplesmente me ensandeceria. E eis que, aos poucos, dia a dia, o trabalho delas vai tomando forma e se tornando cada dia mais sólido e belo.

E como eu disse, outras simplesmente sabem exatamente o que têm que fazer, mas pelo motivo que for, simplesmente não o fazem. Às vezes inventam desculpas, mas na maioria delas elas realmente acreditam nessas desculpas. Elas procuram feito loucas a ferramenta que elas julgam perfeitas para a realização de tal trabalho. O tempo que elas investiriam em começar a realizar esse trabalho com as ferramentas que elas já tem elas preferem investir na procura da ferramenta perfeita. 

Essa ferramenta perfeita até existe, mas elas simplesmente não sabem se encontrarão a tal ou as tais ferramentas. E aí, algumas dessas pessoas simplesmente desistem de realizar o seu trabalho. Outras entrarão em depressão. Outras se revoltarão. E outras simplesmente morrerão procurando a tal da ferramenta sem ter realizado, no fundo, porra nenhuma.

Pessoas assim como eu são extremamente idealistas. Visualizamos como ninguém o quão lindo é esse trabalho que devemos realizar, e de tão lindo que é, às vezes até assusta. Nos conhecemos tão bem. Como eu, esse frangalho emocional humano, pode sequer cogitar realizar algo assim? Quem sabe um dia...? Hoje com certeza não! Amanhã também não, provavelmente. O tal da procrastinação.

Mas podemos ser apenas lógicos e imaginar que o "hoje" já foi o "ontem". O "amanhã" será um "hoje" também. E aí? 

Então todo esse papo de "hoje não", "amanhã talvez" tem que acabar de vez. Por hoje e sempre. Pois se não nos julgamos capazes hoje, mas nos julgamos hipoteticamente capazes amanhã, ora, que porra é essa? Isso é simplesmente uma hipocrisia. Se você se julga capaz em essência, mas não em forma, você que SE VIRE em achar, consertar ou inventar logo essa porra dessa forma. E a partir de agora!

Esses dias eu conversava com um anjo lindo sobre o "mundo das idéias" conceituado por Platão. Aquele mundo dos arquétipos, modelos perfeitos, "imagens padrão". As imagens primordiais, perfeitas, eternas e imutáveis.

Ou seja, nós, reles mortais, vivemos no "mundo dos sentidos". Aquele mundo que é apenas compreendido por nós através dos cinco sentidos e de conceitos morais já fincados em nosso "eu", assim como as noções de lógica decorrentes da nossa famosa racionalidade humana, o que nos torna "homo sapiens", a espécie dos fodões na Terra (?).

Filosoficamente falando, nós, os fodões, seríamos aqui na Terra (mundo dos sentidos) receptores do que acontece na verdadeira vida (mundo das idéias). Então, por trás do Tayan aqui, existe a "idéia Tayan". É um Tayan perfeito que existe nesse mundo perfeito, que tenta de certa forma, espiritualmente, inconscientemente inspirar o Tayan do mal aqui no Planeta Terra. Tipo aquele lance de "irmão gêmeo do mal do Universo Paralelo". Só que nesse caso, nós, os de carne e osso, que somos os filhos da puta da história. Que vivemos sabotando o coitado perfeito lá do mundo das idéias que no fundo só quer ajudar a gente. Mas beleza.

O que nos torna filhos da puta por excelência é nosso medo ou preguiça em relação à todo esse intercâmbio para com o mundo das idéias. Pois infelizmente, o único meio que o mundo das idéias consegue se comunicar conosco neste mundo aqui é um só, extremamente sensível, confuso e às vezes completamente esquecido, mistificado ou ignorado por todos e por nós mesmos - a intuição.

Pois, afinal, a intuição vai em desacordo lógico com tudo aquilo que nos torna, em "essência", humanos - a lógica e a racionalidade. Sim, ironizei o conceito de essência humana, por isso as aspas. Pois é tão ridiculamente humano restringir um conceito de humanidade apenas em lógica e racionalidade. Quem disse que o ser humano não pode ser também um animal intuitivo, além de lógicos e racionais? Se os próprios animais têm intuição, e nós de certa forma somos "melhores" que eles pois conseguimos racionalizar, porque nós não poderíamos ser, também, intuitivos como eles? Quem pode o mais, não pode o menos?

Mas não, foi o PRÓPRIO ser humano que falou que o ser humano não deve acreditar nessas bobagens que às vezes ele mesmo sente. "É tudo viagem nossa, coisa da nossa cabeça. Impressão. Mesmo se eu sentir, é apenas por um momento. Vago demais, não consigo dominar esse sentimento, nem explicá-lo direito. Então se eu não o domino, muito menos explicá-lo, eu não devo reconhecer que isso faz parte de mim ou do mundo. Irei voltar às minhas contas." Ora, vá tomar no seu cu!

Eu sinceramente reconheço que é muito difícil lidar com lógica, racionalidade E intuição. Sim, é foda. Pois é extremamente paradoxal. Mas essa é a beleza. Desenvolver tudo isso dentro de nós mesmos me parece um lindo desafio, pois imagine só a faculdade que nós, ou as próximas gerações, poderão dispor dentro delas mesmas!

Vamos ser cientistas de nós mesmos. Cientistas e cobaias. Sem medo de nada, de uma vez por todas.

Não podemos cristalizar meros conceitos e opiniões extremamente humanas e criadas por humanos dentro de nós, seres humanos. Nada é a verdade real dentro da gente, nem dentro de ninguém. Nem no que ninguém fala, ou escreve. Isso tudo é relativo, completamente mutável dentro do tempo e do espaço. E sim, temos o direito de pensar, sentir e nos permitir. Se algo é bom e você tem vontade de fazer ou sentir, faça! Independente do que alguém falou. É direito seu. Talvez você se machuque, mais uma vez. Talvez erre. Mas talvez descubra o que ninguém nunca descobriu. Talvez descubra o que você sempre quis descobrir. Talvez o que você precise descobrir. Eu não sei! São tantas possibilidades, e isso é simplesmente maravilhoso!

Já pensou se fôssemos adultos presos a conceitos infantis? Mas graças à humildade e na vontade doentia em que a criança tem de aprender, ela simplesmente arrisca, tenta e aprende. E tem o maior tesão nisso. Ela vive a vida!

Se lança do muro, se arrasta pelo chão. Não tem medo de micróbio, de porra nenhuma. Claro, em suas aventuras ela aprende. Ela sangra, se rala, se fode toda. Já reparou que criança tá sempre toda fodida? Ela chora uns cinco minutos, e lá estava denovo aquela mini pessoa fazendo coisas piores ainda. Isso é simplesmente lindo. Vivendo ali as mentirinhas dela, ao pouco ela vai aprendendo algumas verdadinhas. Tudo sabiamente dosado por ela. Como era bom, cara.

Conforme essa pessoa vai crescendo, aquela criança, de tanto se foder em todos os sentidos, vai desenvolvendo em si um processo de covardia espiritual. Já não se permite mais arriscar, pois como ela se fodeu umas quatro, cinco vezes em certos departamentos, ela "já sabe e já tem certeza" que não deve mais fazer tal coisa, então ela se fecha nela mesma, e aos poucos fecha a cortina para o mundo. É só observar o número de adolescentes que já são completamente babacas e tudo é o fim do mundo pra eles. Eles já sabem de tudo e de todos, já cansaram e já viram de tudo, e não vêem a hora de morrer.

Experiência é simplesmente acumular-se, e não anular-se. Lembre-se sempre disso. Você pode não ter acertado o meio, mas continue buscando aquele fim que grita no seu coração. Você pode não ter encontrado a forma perfeita, mas se ainda existe aquela essência, deixa ela se manifestar denovo, quem sabe dessa vez você não acerta? Vamos parar de fazer essa cara de gatinho triste, ou essa cara de fodão. Paremos de mentir para nós mesmos, e para o mundo. Vamos ser quem nós somos de verdade. Vamos fazer isso por nós mesmos!

Falemos um pouco sobre isso, certo? E foda-se se você estiver cansado de ler. Saiba que eu me cansei bem mais pensando e escrevendo, então vai tomar no seu cu se estiver reclamando mentalmente comigo. Caso não esteja, me perdoe, é que eu sei que tem gente que vai reclamar ou que já está reclamando. Continuemos.

Sermos quem nós somos (e nós quase SEMPRE sabemos quem somos nós no mundo das idéias) lá no mundo das idéias requer vontade e responsabilidade. Nessa exata ordem.

É cômodo pra caralho chamar de "mundo das idéias". É muito cômodo dramatizar sobre tudo e todos. Dramatizar sobre tudo, todos e nós mesmos. Dramatizando nossa humanidade, acomodamo-nos nela própria. Sim, sou humano. Não nego. Mas sinceramente não sou feliz com isso. Sou apenas feliz pelo fato de poder ser algo melhor. Em essência, minha humanidade não me faz feliz em merda nenhuma. Vivo apenas de momentos de felicidade.

Algo que às vezes penso também é que muitos de nós podem acabar tendo medo. Sim, medo. Medo de viver o mundo das idéias no próprio mundo dos sentidos. Já pensou?

Podemos pensar (conscientemente ou não): "Se eu viver as minhas idéias mais perfeitas, o que eu irei almejar então?"

Não assusta pensar assim? Pensar que podemos DE FATO VIVER AS NOSSAS IDÉIAS MAIS NOBRES? Não digo nem "ideal", pois "ideal" é um conceito muito amplo. "Idéias" são coisas mais específicas mesmo. Por exemplo, pode-se ter um ideal de caridade, como erradicar a fome. E a partir desse ideal você desenvolve uma idéia específica, como por exemplo, alistar-se naquele "Médico sem Fronteiras". Ou por exemplo posso ostentar um ideal romântico, mas na idéia eu aceito então amar e respeitar alguém que mereça da forma devida, casando e formando uma família. É o famoso papo de "plasmar idéias". Transferir tudo o que temos de melhor na mente, e torná-lo real aqui na nossa vida de carne e osso. A vida leve, na vida pesada. Meu Deus, pensar nisso? Isso me assusta e desespera ao mesmo tempo! 

Aí chegamos, e vivemos nossos ideais em plenitude. E até sei que sou capaz disso e isso é plenamente possível. Certo, esgotei minhas idéias nobres. Aliás, VIVO minhas idéias nobres hoje em dia. Ok. E agora? Eis que surge um branco. Branco tão branco que cega, e assusta. Aliás, sei lá, apenas imagino o que seja. Pois meu mundo das idéias existe todo lá, eu nem sequer comecei a tentar e vivê-lo, quiçá esgotá-lo. Mas sou tão ridículo, patético e covarde nesse sentido que meu medo é apenas de COGITAR que isso um dia aconteça.

É um horizonte que eu sei que vai se expandir à minha frente, de uma forma que meu cérebro nem pode conceber, eu acho. Como serão nossos novos ideais quando os velhos (ou seja, os nossos atuais) ideais tiverem sido preenchidos através da plena vivência dos mesmos, degustados e vividos em nossa própria vida, experiência pessoal?

Sinceramente não sei e não faço a mínima idéia de como isso seja. Como falei, a mera COGITAÇÃO me assusta em relação à isso. 

Percebi então que tenho ainda minha mente bloqueada pelas minhas próprias idéias, mas as idéias ruins. Bloqueada por conceitos de lógica e racionalidade que quase sempre elejo como os mais corretos, mais humanos. Os vícios de toda ordem que acumulei nessa existência e nas outras quase sempre soterram tudo o que pode (e deve) eclodir de bom em mim, essas virtudes que tanto almejo viver. O "Tayan mau" não deixa o "Tayan bom" vir à tona.

Mas sinceramente percebi também que já ando cansado de tudo isso, e gostaria de compartilhar com vocês que a partir de agora eu vou aplicar a força que ainda me resta será usada para fazer tudo isso que eu disse acima que ainda não fiz. E acho que vocês também deveriam fazer o mesmo.

Mudança! Não radical, à princípio. Mas mudança.

Vou procurar começar a viver meus ideais de vez. Tudo bem, posso ter ficado maluco. Ou posso ter me tornado são de vez.

O caminho que eu estava (estou) já me parece esgotado, pelas experiências mil que eu mesmo quis e me predispus a viver. Sim, não me arrependo de absolutamente nada, afinal eu sou o resultado da soma de todas as minhas próprias experiências nessa existência. Mas me parece, de uma forma muito forte, que ficar nesse caminho será estagnar de vez, pelo menos nessa vida.

Estou cansado. Exausto!

Vou pegar o bonde da mudança. Tenho a sensação de que se eu não pegar esse bonde agora, talvez eu não pegue mais bonde nenhum nessa vida. Algo me diz que esse é o último que vai passar pra mim. Agora é a hora!

Sabe, vou arriscar e ver o que esse tal de caminho virtuoso e responsável tem a me oferecer. Porra, o "mundo das idéias" é tão lindo e feliz. Pra que continuar adiando isso? Me sinto ridículo nessa altura do campeonato. Ridículo, e nervoso, com frio na barriga! Ousado e otimista também. Afinal, é uma jornada e tanto não?

Eu já quis. Eu quero. Agora, que seja também o que Deus quiser.

Ei, escute. O barulho. Olha lá, é o bonde! Tchau, estou indo.

Alguém quer ir comigo?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Só sei que não cumprimentei.

"Nesse ínterim, nossos olhares às vezes se cruzavam, às vezes por longos e intermináveis segundos. Os olhares se cruzavam quase que se desculpando pelo fato do mundo ser mundo."



Hello, stranger!

Esses dias eu bolava a aula de Processo Civil na faculdade em um dos seus pátios, em um dos seu bancos. Sentado, em uma manhã fria, em um dos bancos da vida. Eram 7h30 da manhã mais ou menos, chovia fino e ventava gelado. Eu refletia sobre a vida e a morte lendo algumas crônicas espíritas, quando uma moça se aproximou.

Não era linda. Era bonita. Nem gorda, nem magra. Mancava. Aquilo me intrigou. Seria deficiente? Estaria machucada? Torceu o tornozelo na infância e nunca mais se recuperou? Ou o torceu durante sua jornada à pé, à caminho da faculdade? Ela sentou-se. Fiquei muito curioso!

Nossos olhares se cruzaram. Senti vontade de cumprimentá-la. Não cumprimentá-la como homem, mas como pessoa. Dar um "oi". Afinal, quem é aquela pessoa? Qual é a sua história? Afinal todo mundo tem uma. Mas...não o fiz.

Não é timidez. De verdade (quem me conhece sabe)! E enquanto eu lia o livro, eu simplesmente sentia que ela me observava, e às vezes, de rabo de olho, eu a observava também. Nesse ínterim, nossos olhares às vezes se cruzavam, às vezes por longos e intermináveis segundos. Os olhares se cruzavam quase que se desculpando pelo fato do mundo ser mundo.

Havia uma tensão ali, de fato. Mas não era uma tensão sexual. Se fosse uma tensão meramente sexual, talvez o meu lado macho-alfa tivesse eclodido e eu tivesse começado a dar descaradamente em cima dela, mas não! Era algo diferente, uma tensão apenas humana. Comecei então a refletir, e a reparar em tudo naquela situação que tanto me incomodava.

Reparei que naquela gélida manhã, eu havia sentado na ponta de um último banco (em uma fileira de muitos) e estrategicamente havia posicionado meu guarda-chuva e meu caderno na ponta, do outro lado do banco. Precisão militar. Lá estava eu, no meu "forte", dentro da minha barreira, da fortaleza que eu mesmo havia criado. Era como se eu tivesse ali colocado um aviso que dissesse "Qualquer um que ousar se aproximar deste ser-humano que aqui se encontra, neste banco, será VIOLENTAMENTE IGNORADO"! E lá eu me encontrava em meu castelo de papel e guarda-chuva, observando tudo e todos, como se fosse uma espécie de sentinela carrancudo e ou de um déspota sanguinário. Que vergonha! Que feio!

Até pensei em abrir a minha fortaleza e me dirigir humildemente até à ela, mas o meu orgulho e covardia-social me impediram. Fiquei a matutar: "Se essa pessoa pensar como eu, com certeza muito gostoso será o nosso diálogo. Mas e se não pensar? Afinal, todo mundo anda assustado com todo mundo hoje em dia. Assustado, cabreiro. E se essa pessoa estiver em um momento introspectivo e simplesmente QUEIRA estar sozinha? Ela pode estar me olhando não porque ela quer conversar, apenas porque eu olhei pra ela primeiro. Estaria eu sendo inconveniente? Prefiro não arriscar." E não arrisquei mesmo.

E não adianta nem eu reclamar, pois eu mesmo, inconscientemente, faço isso. Cercado e protegido pelos sinais e pelas barreiras que eu mesmo havia projetado e construído em um nível inconsciente.

Forrest Gump era mesmo corajoso em toda sua pureza! Ou talvez o puro não seja corajoso, pois não há o que enfrentar. Pois o puro, simplesmente, é.

Sabe, eu gostaria de viver em um mundo onde as pessoas possam se cumprimentar livremente, sem malícia e sem julgamentos pelo simples fato de cumprimentar ou ser cumprimentado.

Nem digo que eu espero viver em um mundo assim, pois devido ao atual contexto social, acho bem difícil que isso aconteça antes que eu vá dessa para a melhor (pior?). Mas pelo menos estudar, trabalhar e me dedicar para que tanto eu quanto vocês (ou nossos filhos e os filhos deles) possamos viver em um mundo onde daremos "oi" para os estranhos que se aproximam nos momentos de aleatoriedade (ou não) da vida.

Então um estranho não será mais um estranho. Será um amigo. Ou um inimigo. Mas um estranho? Nunca mais!

Bye, stranger!

*Crônica escrita no pátio da Universidade Santa Cecília em Santos/SP, no próprio caderno mencionado no texto, enquanto a cena descrita acontecia

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Só sei que não estagnei.

"Podemos, sim, passar uma mensagem de amor e caridade de uma forma mais rígida, às vezes até mais áspera. Assim como podemos passar uma mensagem de ódio e horror da forma mais sutil que a linguagem e os trejeitos humanos nos permitam."





Hoje quando acordei, lembrei de um sonho. E o sonho envolvia um bate-papo com o Rafinha Bastos em um prédio de Santos. Depois me vi em São Paulo com um colega (que na verdade era a mistura de dois colegas) e o metrô só estava disponível para que tivesse o "cartão ou passe internacional". Como eu só tinha 50 reais no bolso, pedi para me alojar na casa dele enquanto resolvesse o que faria da vida, pois não dava pra pegar um táxi até Santos. Chegamos na casa dele, e me dei conta que estava apenas de cuecas. Resolvi então tomar uma garrafa de água, que era daquelas Cristal, bem normal. Mas fui enganado - dentro havia água com gás. Eis que escuto e sinto alguém se aproximar: era a irmã do meu colega, que por sinal era uma delícia. Da minha altura, esguia, pernas longas e torneadas, cabelos negros. Rosto e expressão de anjo. Detalhe - ela estava de lingerie. O que me fez ficar um pouco mais à vontade pelo fato de estar de cueca na casa de um amigo que não existe em São Paulo. Ela começou a  me contar sobre o dia dela toda empolgada, e quando pensei em, quem sabe?!, arriscar algo com ela, eu despertei.

Mas aí eu lembrei que no bate-papo com o Rafinha Bastos eu comentava sobre meu blog, e comentava inclusive que o próximo tema seria esse que irei escrever à vocês agora (?).

Bom, seguindo a recomendação do meu sonho, vamos lá. Fazer o certo. Custe o que custar. Chega de fazer o errado.

Tudo bem. Mas muitos irão me (se) perguntar: "O que é certo e o que é errado?" 

Filosoficamente, eu poderia citar os Dez Mandamentos de Moisés. Os 3 Mandamentos que norteiam o Direito Romano. Poderia citar o Evangelho de Jesus. Poderia citar os filósofos de todas as gerações. Mas isso tudo parece estar meio distante de nós, não é? Para mim sinceramente não parece, mas percebo que a maioria das pessoas ainda se sente (ou resolve se distanciar) desse tipo de assunto. 

Também não irei citar a legislação atual. Vou trabalhar com uma máxima apenas: "NÃO EXISTE CERTO E ERRADO. O QUE EXISTEM SÃO APENAS AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS."

Perfeito. Assim lidamos mais com a ordem prática, do que com a ordem teórica.

Às vezes fazemos o certo e nos decepcionamos, ou somos decepcionados. Nesse planeta, quase todas as vezes, aliás. É um clichê ambulante que parece assombra os (ou aqueles que querem ser) homens e mulheres de bem. São tantas decepções, tantas desilusões nos inúmeros setores da vida humana, que alguns simplesmente desistem. A grande maioria apenas cansa e acaba por ficar estagnada moralmente.

Se usarmos a frase como norte, é muito fácil saber o que é certo, e o que é errado. Se nossos atos causam consequências, devemos analisar as consequências dos atos, ANTES de praticá-los. E por mais que a maioria das pessoas não tenha o dom de prever o futuro, não nos impede de fazer um exame lógico e racional daquilo que eventualmente poderá acontecer com a prática de um ato""X". 

Se a consequência desse ato puder ser, mesmo que minimamente, RUIM (tanto para você como para terceiros), pare por aí. Não o faça. 

Se a consequência desse ato não acarretar consequências hipoteticamente RUINS, vá na fé. 

Concluímos então que agir certo é agir no plano das ações que, hipoteticamente, não farão mal nem à nós e nem à terceiros, no nível que for. Logicamente, agir errado é agir no plano de ações que hipoteticamente podem causar, no mínimo, um leve mal-estar em você ou em mais pessoas.

Mas antes fosse tão fácil, não? Lidamos com pessoas de todos os tipos. Todas as classes sociais. O nosso senso de proteção básico nos diz que não podemos lidar com o bandido da mesma forma que lidamos com o cavalheiro. Com a prostituta da mesma forma que lidamos com a princesa. Com o débil-mental ou psicopata da mesma forma que lidamos com o erudito.

É claro que não, afinal não lidamos com crianças na mesma medida em que lidamos com adultos. Sim, ninguém é trouxa. Pelo menos a maioria.

Mas vale avisar uma coisa que na minha opinião é bem importante: FORMA não é ESSÊNCIA. Entende essa pequena diferença, amigo(a)?

Existem várias FORMAS de se agir com uma mesma ESSÊNCIA. Da mesma maneira em que eu posso ditar uma frase em trocentas línguas diferentes, no fundo a frase não é a mesma? A idéia que passo, independente do idioma, não é a mesma? Pois então. O raciocínio é o mesmo.

Tanto no plano da fonética, quanto no plano moral, podemos nos expressar sobre UM MESMO TEMA de FORMAS VARIADAS.

Podemos, sim, passar uma mensagem de amor e caridade de uma forma mais rígida, às vezes até mais áspera. Assim como podemos passar uma mensagem de ódio e horror da forma mais sutil que a linguagem e os trejeitos humanos nos permitam.

Usando um exemplo mais drástico, podemos até matar alguém. Seja por vingança, seja por legítima defesa. É um exemplo claro para a frase "NÃO EXISTE CERTO E ERRADO. O QUE EXISTEM SÃO APENAS AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS."

No caso da legítima defesa, por exemplo, não é ERRADO matar. Às vezes, matar pode ser o CERTO a se fazer. Essa reflexão é profunda, até perturbadora, mas não menos verdadeira, pelo menos na minha humilde concepção.

O que nos leva a concluir que, de fato, não existe certo ou errado. EXISTEM APENAS ATITUDES PLAUSÍVEIS DE SEREM TOMADAS OU NÃO, DENTRO DE UM CONTEXTO ESPECÍFICO.

E para isso, pessoal, devemos conhecer o ser-humano. No geral, mas devemos também procurar NOS conhecer e conhecermos aqueles com quem convivemos diariamente. E se conhecemos alguém novo, procurar também conhecer essa pessoa, a sua história.

Todos temos uma história. Nossos dramas, nossos erros, nossas fantasias mais doentias e monstruosas. E quanto mais nos abrirmos, consequentemente os outros também se abrirão à você. E quando somos todos sinceros uns com os outros, nós SEMPRE saberemos tomar uma atitude. Não tomar a atitude certa, evitando a errada. Apenas tomando a atitude plausível, que será coroada de sorrisos e alegria. Quem sabe até meia-dúzia de beijinhos?



PS.: Resolvi fazer um adendo aqui que julguei importante. Muitas pessoas têm medo de fazer o certo, baseados em atitudes que outras pessoas poderão tomar em relação à atitude que ela tomou. Por exemplo: o romântico tem medo de ser romanticamente sincero com medo de ser taxado como ridículo. Uma pessoa respeitadora talvez não aja de forma sempre respeitadora pois "o mundo é dos ousados". 

Eu só acho assim: nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Mas EU acho assim. Siga com suas atitudes de acordo com o SEU "EU". Se sua essência, se sua vivência e experiência lhe manda ser um romântico inveterado, o seja! Se ela lhe mandar ser o mais garboso dos cafajestes, o seja também! O importante é VOCÊ SER O QUE VOCÊ É. 

Por mais ridículo que você seja em essência, lembre-se: Você será sempre menos ridículo sendo autêntico, do que representando um personagem qualquer. Pois um personagem sempre é obra da nossa ficção, ou da ficção de alguém. 

Viverás, então, uma obra de ficção ou a vida como ela é?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Só sei que crescerei.

"Vamos construir para as nossas crianças, e para as futuras, um mundo onde a fantasia não seja tão fantasiosa assim. Ou mundo tão perfeito, onde a palavra "fantasia" perca seu sentido. Pois em um mundo feliz, a fantasia é a própria realidade. A felicidade não será mais um objetivo a ser conquistado, mas sim, mantido."



Ser criança era gritar "Eu tenho a força!" com a espada do He-Man em Serra Negra, ou correr e nadar ainda com medo da espuma do mar nas praias de Paúba. Era montar quartéis generais com meu irmão debaixo da mesa de jantar, para o desespero da Dona Suely. Brincar de Velociraptor com os primos. Desenhar no papel os monstros que você julgava ver nos seus piores pesadelos. Também escrever estórias que você sonhava viver. Mas sendo herói ou sendo bandido, criança é sempre criança.

Ser adulto foi gritar alto um juramento perante a Pátria, ostentando a espada de Oficial do Exército Brasileiro. É sentir saudades do sol e do ventinho de Serra Negra, e do calor de Paúba. É ter se despedido dos quartéis com o sentimento de missão cumprida nos tempos de paz, mas sempre à disposição nos tempos de guerra. É não mais correr dos dinossauros que imaginávamos, mas sim correr atrás do sonhos que, mesmo adultos, ainda insistimos em ter. Não mais desenhar monstros sanguinários no papel, afinal, já nos bastam os monstros inimagináveis que você vê de verdade nos noticiários. Não mais escrever tantas estórias. Não mais escrever sobre tanta fantasia, mas sobre a realidade nua e crua, que não deixa de ser, às vezes, ainda tão fantasiosa.

Pois, quem sabe? Talvez vivendo essa nossa vida tão real, não possamos, um dia, desfrutar de um mundo de fantasias tão maravilhoso que sequer nossa imaginação de criança poderia conceber?

Um mundo de fantasias reais, onde o bem é a realidade, e o mal uma vaga lembrança de tempos trevosos. Trabalhemos em prol disso, no ramo que for. Seja como artista, seja como pedreiro. O que vale é a intenção.

Vamos construir para as nossas crianças, e para as futuras, um mundo onde a fantasia não seja tão fantasiosa assim. Ou mundo tão perfeito, onde a palavra "fantasia" perca seu sentido. Pois em um mundo feliz, a fantasia é a própria realidade. A felicidade não será mais um objetivo a ser conquistado, mas sim, mantido.

Mãos à obra. Em nome de todas as crianças que estão, e que ainda virão à este mundo. 

O trabalho cabe à nós, adultos. Afinal, não somos mais crianças. Mantendo a pureza delas em nosso olhar sempre, mas mantendo também a responsabilidade à serviço da razão.

Pois aos olhos de nossas mães terrenas, e aos olhos de Nossa Padroeira, seremos sempre crianças. Crianças felizes. E às vezes também muito mimadas.

Bom final de feriado à todos.

domingo, 2 de outubro de 2011

Só sei que não vetei.

"Mulheres mal-amadas, entendam bem uma coisa: Vetar uma propaganda não vai mudar absolutamente  nada. Porra nenhuma. A única forma de mudarem a estrutura de tudo seria apenas vetando pensamentos ou impulsos biológicos."





"Amor, eu preciso te falar uma coisa. Eu bati seu carro. De novo."

É uma das frases ditas pela modelo Gisele Bundchen que ensina, em comercial de lingerie, como contar uma notícia ao marido. A peça vai ser analisada pelo conselho de regulamentação publicitária. Para quem não está sabendo, leia a notícia no link abaixo:


Eu particularmente achei a propaganda muito interessante, de bom gosto, inteligente e divertida.

E claro, achei (e acho) a Gisele muito linda e muito charmosa. Para não falar "muito gostosa". Com todo o respeito.



Te soa absurdo ter gente querendo proibir, censurar, esta propaganda? Caso sim, você é completamente normal. Caso não, você faz parte da patrulha moral ou provavelmente tem enraizado em você os ideais feministas.

Patrulha moral nada mais é que esse pessoal 100% correto, que é contra tudo que é ilegal, imoral e que engorda. Aquele pessoal que não fuma, não bebe e não trepa. Etc.

Eu ouvi e li basicamente a semana inteira que esse tipo de publicidade em específico degrine a imagem da mulher perante a sociedade. Normalmente é opinião de mulher mal-amada. Ou feia. Ou gorda. Ou magra demais. Mulher é sempre mal-resolvida quando se enquadra num desses padrões que mencionei agora. Ou em todos. O feminismo foi sim um movimento maravilhoso, no que tange à igualdade de direitos. Mas o feminismo desandou (como a maioria das obras humanas) quando começou a dizer por aí que os homens são desnecessários ao bom andamento da sociedade, e que inclusive TODOS os males da sociedade foram, são e serão causados por nós homens. E o mais estranho (pra não dizer engraçado) é que a maioria das mulheres ficou tão bitolada quanto à "igualdade" que fizeram e fazem questão de fazerem tudo igualzinho a nós: todas as merdas que nós fazemos, inclusive. Acabaram, por tabela, se igualando também no que temos de pior. Algumas trocaram diamante por merda. Aliás, vão se foder vocês, feministas extremistas. Mas isso é outra história.

Bom, se você acha que isso degrine tua imagem como mulher, vou argumentar o seguinte contigo: Mulheres mal-amadas, entendam bem uma coisa: Vetar uma propaganda não vai mudar absolutamente  nada. Porra nenhuma. A única forma de mudarem a estrutura de tudo seria apenas vetando pensamentos ou impulsos biológicos.



Estejam vocês, mulheres, vestidas de lingerie ou vestidas de astronauta (ou até usando aquelas roupas especiais de defesa química e biológica, que vemos muito nos filmes de zumbi), uma coisa será certa: vocês serão vistas como objetos sexuais da nossa parte, PELO MENOS em um primeiro momento. Nem que esse primeiro momento dure um milionésimo de segundo. E nem adianta culpar a gente por isso, pois isso é, de fato, um instinto nosso, um impulso meramente biológico.

Na vida de um homem, só existem três classes de mulheres que estão imunes à este nosso "defeito de impulso" - as mães, as irmãs, as avós e as primas de primeiro grau. Se bem que as primas, você necessariamente precisa ter crescido junto com elas ou as tenha visto crescer,  para que aconteça o bloqueio de fato. Do contrário...

E não tem nada a ver com desrespeito. Impulso biológico não pode ser tratado como desrespeito, afinal, o respeito é baseado em um conceito moral. E se eu vou contra a tua moral de mulher, eu ataco isso com o meu próprio conceito racional de moralidade (ou seria imoralidade?), de forma planejada. Eu arquiteto críticas e tomo atitudes, ferindo, aí sim, a tua moral de mulher, te desrespeitando. O que não tem absolutamente nada a ver com o que eu disse acima. Desrespeito é outro tema.

Mas é muito importante esclarecer às mulheres o seguinte: Não se confunde "impulso biológico" com "atitude". Uma coisa é, como eu disse, "ter um impulso de desejo sexual nem que dure um milionésimo de segundo". Outra coisa é agir como aquele bom filho da puta que vai, trai a mulher e ainda tem a cara de pau de alegar que "eu sou homem, é minha natureza", "carne é fraca", "macho alfa" e blablabla. Pau no cu dele.

Afinal, como eu já disse, só a racionalidade se sobrepõe à testosterona. Por isso, aviso às mulheres: não tolerem NUNCA esse tipo de desculpa de merda que alguns homens ainda insistem em dar, infelizmente. E algumas mulheres tão infelizes quanto os próprios infelizes que se dispõem à esse papelzinho acabam acreditando e aceitando.

Um homem de verdade comanda seus impulsos, e não o contrário. Ou seja, não somos seres descontrolados como a maioria das mulheres acham. Muito pelo contrário. Um homem pode e deve, se quiser, controlar seus piores impulsos. E é sempre mais fácil caso ele tenha um ideal: seja um ideal simples de seletividade e afinidade, seja um ideal de amor. Só não se controla aquele homem que simplesmente não quer se controlar. Agir como um animal é opção dele. A cabeça pensa, os hormônios agem, mas é sempre o corpo que decide ou não tomar a atitude. Mas isso também é outro assunto.

É bem sabido que sim, muitas coisas na sociedade de fato degrinem a imagem da mulher, tornando-a um esteriótipo apenas fundado e baseado em conceitos sexistas. Um esteriótipo negativo e triste. O funk carioca é um grande exemplo e grande divulgador disso. Eu particularmente acho engraçado. É rir pra não chorar, pois é de um extremo mau gosto. Nojento mesmo. Sem mencionar que várias mulheres, de fato, aceitam e se submetem à isso. Bem sei que as que se dão ao respeito de verdade pouco se abalam com isso, muito embora sintam repugnância em relação à isso. Mas a vida dela não vai mudar por causa disso, pois ela tem o pé no chão e sabe quem ela é de verdade. E em decorrência disso sua família, seu companheiro, seu círculo de amizades é seleto e esse tipo de coisa apenas ecoa de longe. Ela nem perde tempo discutindo ou filosofando por isso. É mais um assunto ridículo, num mundo ridículo com pessoas não menos ridículas. E o foco dela será em viver a vida dela e ponto final. Sem maiores alardes.

A propaganda da Gisele gira apenas em torno da sedução que a mulher exerce sobre o homem, de forma realista e muito bem humorada. Além de ser de um extremo bom gosto. E é realista sim: mulher quando quer e sabe seduzir, consegue tudo o que quer. E mais um pouco. Dizer que isso é mentira é hipocrisia.



É claro que a mulher usar uma bela lingerie não é a ÚNICA forma de se conquistar um homem. Mas é uma bela maneira. Assim como outras maneiras também são belas. Nem todos os momentos da vida se resumem à lingerie, à libido, à energia sexual. Mas alguns sim. E a propaganda é de lingerie, caralho. Então pronto! E na boa, se você discordar disso você é simplesmente retardado. Ou é frígida, ou eunuco.

É louvável que a sociedade tenha alcançado ao longo de milênios a igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas não vamos confundir igualdade de direitos com igualdade de papéis. Não é à toa que a mulher engravida, isso não é uma aleatoriedade da Natureza ou do Universo. Ela engravida pois é mais sensível, ela é "programada" para isso, fisicamente, psicologicamente e biologicamente. Salvo raríssimas exceções. Por isso mãe é mãe. Pai e pai. Por isso homem abraça e protege a mulher. Por isso homem gosta de proteger, e mulher de se sentir protegida. Por isso mulher é mais dócil e meiga. Por isso homem fala grosso e é meio bruto e desengonçado às vezes, por mais culto e refinado que este homem possa ser. Pois a Natureza nos fez assim. Do contrário Deus (ou o Universo, seja lá no que você acredita) não teria criado estruturas biológicas tão diferentes, por assim dizer. E se é diferente, seja diferente, pois essa diferença é simplesmente natural, e traz equilíbrio à toda a existência.

Concluímos então através da lógica que a mulher é um ser melhor que o homem, mais aperfeiçoado por assim dizer. Pois além de ter a mesma capacidade intelectual e moral, as mulheres acabam tendo esta grande arma que é a manipulação através da sedução. Nós temos a força bruta. Oh, grande merda! Quem precisa de força bruta nos dias de hoje?  (Se você é mulher e deseja se defender, desnecessária é a força bruta. Compre um taser, uma faca ou uma pistola.)

Essa arma tão sublime, a sedução, nós, homens, não possuímos. Não há homem no planeta que resista à isso. Nós simplesmente derretemos por vocês. E derretemos felizes, ainda.



Na minha opinião, o que degrine uma mulher não é um homem que a enxerga como algo belo a ser admirado ou conquistado, nem que por uma noite (sério, vocês deveriam ficar honradas com isso). O que degrine MESMO a imagem de uma mulher são homens que vivem em sociedades mentalmente e moralmente atrasadas.

Tivemos um exemplo recente: uma mulher saudita, de nome Shaima, seria flagelada com chibatadas pois dirigiu um carro lá em seu país. O rei voltou atrás e resolveu voltar atrás da sentença. O que mais chamou a atenção não é nem o caso em si, mas sim uma tuitada da princesa saudita Amira Al Tawil, que disse assim:

"A flagelação de Shaima foi cancelada, graças a nosso amado rei. Tenho certeza de que todas as sauditas ficarão felizes. Sei que eu estou."

Caralho, princesa."Amado rei"? Essas mulheres sim têm motivos reais para criticarem as coisas por lá, e é muito triste ver como ainda são submissos e cegos os pensamentos delas.



Vocês, mulheres brasileiras, seres pensantes e tão adoráveis, por favor, parem de hipocrisia. Parem de invejinha. Parem com essa porra dessa baboseira feminista. A igualdade de direitos já um fato. Sim, a maioria dos homens não são nenhum exemplo. Mas a maioria das mulheres também não é. Afinal, o ser-humano não é exemplo de porra nenhuma, em geral. Pouquíssimos foram os que deram o exemplo. Então em vez de ficarem latindo esse tipo de feminice por aí, foquem em dar o exemplo. Em como ser uma mulher de verdade. Como no vocábulo romano: "Não basta a mulher de César seja honesta. Ela deve parecer honesta."

O resto é pouca merda.

E caprichem na lingerie. Seja para seus maridos, namorados, namoradas ou para qualquer um que você eventualmente conheça numa noite. Aquele que você acha tão diferente, sorri pra ele na cama, chora depois que deu, e fala mal dele depois pelo simples fato dele ter te comido, quando você própria abriu as pernas para ele.

Conselho de amigo: Seja menos idiota. Automaticamente você será menos fofoqueira. Odiar os homens às vezes é reflexo do fato de você se odiar como mulher. Seja então mais mulher, na verdadeira acepção da palavra, e quando tu aprender a ser mulher não irá mais se odiar. E não odiará mais os homens. Irá inclusive aprender a amar os nossos defeitinhos tão ridículos, assim como os homens de verdade aprenderam a amar os de vocês também.

Boa semana à todos.

Crossroads II.

"A irresponsabilidade é sempre opcional, decorrência do livre-arbítrio de cada um, que é sempre decorrente imaturidade  ou ignorância espiritual. Ou dos dois."


Bora, negão!



Já escrevi sobre encruzilhadas. Escrevi algo sobre tomar o caminho mais penoso, pois à título de virtudes, é sempre o mais recompensador. Normalmente os caminhos muito fáceis e prazerosos não conduzem à lugar algum, pois circulam apenas em relação aos nossos próprios prazeres. Ou seja: cansa-se o corpo na satisfação dos prazeres do próprio, pois o corpo e os impulsos da personalidade são credores exigentes e implacáveis. Tendo em vista tal cansaço do corpo, cansamos também a nossa alma.

Termos a nossa alma aprisionada transitoriamente em nosso corpo físico. Logo, o corpo que é nosso instrumento de trabalho neste planeta, é também uma prisão. Se a prisão está suja, o prisioneiro irá adoecer, talvez até enlouquecer ou entrar em um processo depressivo.

Usando essa analogia, podemos entender perfeitamente o que acontece com a nossa alma. A prisão suja é o nosso corpo. Sujo metaforicamente, e literalmente. E o prisioneiro que aos poucos adoece, enlouquece e se deprime na tal prisão fétida é a nossa alma.

Por isso tanta gente triste à nossa volta. E sabemos que os sorrisos de plástico que vemos naquelas fotos que parecem ter sido ensaiadas são apenas sorrisos de plástico. Um sorriso de plástico é o reflexo de uma alma angustiada, sufocada dentro sua pseudo-felicidade. Alma angustiada, porém ainda muito orgulhosa e irresponsável, pois insiste em sorrir forçosamente, talvez para tentar enganar ao mundo e à si mesma.

A questão é: Quando nos deparamos com as encruzilhadas da vida, não mais sorrimos. Na hora o nosso semblante se fecha. Pois até um irresponsável tem o mínimo senso de responsabilidade. O fato dele não agir com responsabilidade não quer dizer que ele não saiba o que é certo e o que é errado. A irresponsabilidade é sempre opcional, decorrência do livre-arbítrio de cada um, que é sempre decorrente imaturidade  ou ignorância espiritual. Ou dos dois.

Então escolhemos um caminho da encruzilhada. E aí começa um "show de humanidade" da nossa parte. É um processo interessantíssimo de ser analisado. E um pouco ridículo também.

O sujeito escolhe o caminho fácil. Dos prazeres. Vive como um verdadeiro Calígula dos tempos modernos. Come, bebe, fuma, cheira, briga, trepa, goza. "Livin´ la vida loca". Nada pode mais legal que a vida que ele leva. Nada pode ser mais legal que ele. Ele sabe disso. Elas sabem disso. Todo mundo sabe disso. Mas em dado momento, tal maceração do corpo exige uma prestação de contas. Ele engorda, ou emagrece. A saúde pede "pelo amor de Deus". Aquelas noitadas que tanto o satisfaziam aos poucos começam a se tornar deprimentes para ele próprio. Começa a enxergar a vida de outra maneira, em decorrência das experiências. Afinal, algo tão negativo pode se tornar positivo. É questão de mudança de foco. De ação. E ele age! E volta por todo o caminho, de volta à encruzilhada.

E lá está nosso amigo novamente, de frente à encruzilhada. Cansado, afinal ele se fodeu bastante naquele caminho que tinha escolhido antes. Aquele caminho que parecia tão bom em outros tempo, agora lhe parecem trevas e desgraça, causando-lhe os mais estranhos arrepios. Mas por mais que ele tenha se machucado tanto, e eventualmente machucado tantos outros, ao menos ele encara essa experiência com maturidade, na certeza de nunca mais precisar repetí-la. Aquilo tudo é passado. O foco agora é no presente e no futuro. Ele então volta seus olhos para o outro caminho. O caminho certo. Do correto. Que não parece tão prazeroso à primeira vista, é bem verdade. Mas se só existem dois caminhos, e o outro lhe fez tão mal, sua lógica lhe diz que aquele é o único caminho. Se o outro caminho de fato o conduziria à uma morte trágica e à uma entrada desgraçada no mundo dos mortos, o outro lhe conduzirá à uma morte digna, que lhe conduzirá de forma também digna para a vida eterna.

Então ele toma o caminho certo. Cria sua rotina honrada de trabalho. Diverte-se sim, aos fins de semana, mas de maneira moderada, pois também pratica esportes e entra em contato com a natureza, seja na praia ou no campo. Diverte-se na sua noite, mas de forma que isso não o impeça de divertir-se também durante o dia. Se reaproxima de um ideal religioso, seja ele qual for. Não importa se vai à igreja, à sinagoga, à mesquita, ao centro espírita ou de umbanda - o que importa é que ele se aproximou de Deus, ou de qualquer outra coisa que ele acredite que conduza todo o Universo. Sua consciência está limpa, assim como seu próprio corpo.

Algum tempo vivendo a rotina honrada, e o que acontece? O corpo pede. A mente pede. Todas essas mulheres gostosas se insinuando o tempo todo. Todos essas substâncias prontas para serem consumidas. Mas ele é um novo homem. Honrado, e tudo mais. Ceder uma vez só à antiga rotina não lhe fará mal algum. Afinal, ele é "apenas humano". "A carne é fraca". E outras merdas nesse sentido.

E lá está nosso amigo, num belo fim de semana. Talvez alcoolizado, talvez drogado, talvez fazendo sexo como um macaco - talvez os três. Mas não se assustem, foi apenas uma recaída. Um momento de fraqueza. De humanidade. Momento esse, que aos poucos vai tornando constante novamente na rotina dele e - pasmém - lá está ele denovo no caminho errado.

E ele sinceramente nem sabe como voltou daquele caminho para o outro. Afinal, ele se achava assim tão consciente. Julgou ter sido sugado de um caminho ao outro. Mas se ele tivesse o mínimo de humildade em assumir suas fraquezas, teria notado que voltou todo o caminho, entorpecido pelos antigos vícios da personalidade. E ainda entorpecido, passou pela encruzilhada e como um zumbi reingressou no caminho dos prazeres hedonistas irrefreáveis.

Tudo bem. Em um momento de consciência, ele se desespera, quando se vê novamente naquela situação antiga, que ele tinha jurado para Deus e o mundo que nunca mais se encontraria. E aquilo o faz se envergonhar em dobro. Seu suor mais lhe parece lodo, e seu corpo tão pesado lhe traz uma sensação de estar vestindo uma carcaça de animal podre. Mesmo pesadamente, quase que se arrastando, entre lágrimas de pesar e desespero, ele volta à encruzilhada. Em sua deprimente jornada de volta, ouvimos as outras almas que naquele triste caminho se encontram. Humilham, zombam. Atiram palavras que lhe causam até dor física, como se fossem objetos sólidos. A consciência está tão pesada, o corpo está tão cansado, que ele acha que não vai conseguir. Quase desfalecendo, ele pensa por um minuto em deitar por ali mesmo para tentar se recompor. Adiar a volta. Mas não. Fazendo esforço para apenas respirar, ele arrasta as duas toras de carne que outrora foram pernas, e suando frio ele alcança seu objetivo - a encruzilhada.

Aliviado, respira fundo. Se recompõe. Fisicamente. Psicologicamente. Espiritualmente. Limpa o corpo. Limpa a alma. Resolve seguir o caminho certo novamente. Mais experiente. Mais humilde. Mais ciente de suas próprias fraquezas. E sim, um pouco acovardado. Ciente que o tombo é maior e mais violento a cada vez que ele cai. E que tombo tem limite.

Ele vai seguir denovo então. Essa odisséia já vimos antes. Esse filme já vimos. Todas as afeições que ele fez no caminho errado têm a certeza que ele voltará para lá, muito embora saibam que ele é nobre o suficiente para não estar ali. As afeições que ele tem no caminho certo também não confiam nele - sinceramente acham que ele vai desistir novamente, e voltar para o caminho errado o quanto antes, muito embora tenham fé que vai chegar o dia em que ele será o homem que todos sabem que ele pode ser.

Se os bons e os maus reconhecem seu potencial latente, a conclusão é de que o dia em que ele fará o certo de vez depende apenas dele. A escolha é dele. Mas escolha apenas não basta. A ação e o esforço são dele também.

E vai chegar o dia em que ele vai seguir o caminho certo para sempre, ao ponto de o perdermos de vista em uma luz tão forte, que até ofusca nossos olhos ainda tão humanos.

No fundo, temos essa luz dentro de nós. E às vezes ela brilha tão forte e tão intensamente, que assusta nossa própria humanidade. E aí entramos em processo de soterrar essa luz que faz queimar e arder os nossos defeitos, pois é um processo de purificação. Preferimos sempre a sombra do comodismo. Chega disso. Chega de ser tão humano.

Deixa a luz brilhar. E sem medo dessa vez. A recompensa nada mais é que a sua própria felicidade.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Só sei que agradeci. - Ensaio sobre o agradecimento.

"E pensando sobre esse negócio todo de agradecimento, me lembro de quando eu era criança. Naquela época, eu era obrigado a dizer "obrigado". Hoje em dia, homem feito (talvez um menino num corpo de homem), digo "obrigado" sem ser obrigado."

Faixinha de rolê no Gonzaga. Nesse dia não chovia.


Sei que disse que não ia postar mais nada até o final do ano, tendo em vista que ando muito atribulado com questões acadêmicas, mas às vezes escrevo de forma tão natural, e igualmente tão necessária, que me parece uma espécie de psicografia consciente. Talvez psicografe alguns conselhos ditados por espíritos amigos, em alguns trechos de alguns textos. Ou inimigos.

Talvez psicografe meu próprio espírito sufocado pelo constante turbilhão hormonal e emocional a que sou sujeito a cada milésimo de segundo, como se meu corpo e mente constantemente subjugassem meu tão pobre (e inconscientemente rico) espírito.

Sim, quem me lê sabe que sempre que posso escrevo sobre um lado humano mais sórdido e sombrio. Um lado mais podre. E não digo nem que é um lado "animal", pois os ditos "animais" são seres irracionais. Esse lado que me refiro é um lado pior que o animal, pois somos dotados da chamada racionalidade. E quando agimos de uma forma às vezes até monstruosa, optamos pura e simplesmente pela falta ou ausência momentânea da capacidade de raciocinar.

Tenho meus espíritos obssessores, e às vezes escuto e sinto a presença deles. Infelizmente, às vezes, ele me mostram um lado muito triste e escuro da vida, da existência humana. Mas também tenho meus espíritos amigos. Espíritos de guarda. Anjo da guarda. Chame como você quiser. O importante, é que esses amigos me mostram o lado bom da vida. O lado da luz. Seja num Sábado, ou numa Segunda-feira chuvosa.

O relógio marcava exatas 7h15 da manhã, e eu tinha acabado de me vestir após tomar um delicioso banho quente. Eu estava comendo pizza no café da manhã, pois haviam sobrado alguns pedaços da noite anterior. Após empanturrar com fino azeite de oliva os fartos pedaços de pizza, cujo queijo ainda borbulhava na travessa quente que havia acabado de sair do forno, liguei a televisão, já sentado confortavelmente acomodado para o café-da-manhã. E assisti uma cena no jornal que talvez nunca tenha me chamado tanto a atenção na vida.

Na transmissão ao vivo do jornal, vi uma pessoa vestida como um daqueles mascotes, um cara vestido de Faixinha. Faixa de pedestres, para aquela campanha "Faixa Viva" encabeçada pela CET aqui de Santos. E junto da Faixinha que ficava para lá e para cá, meia dúzia de meninas de boné entregavam panfletos aos motoristas já impacientes em algum semáforo da cidade. Fazia muito frio naquela manhã, e a fina garoa combinada ao vento frio e forte eram fatores de grande desconforto para quem já havia saído de casa.

Não senti pena do cara vestido de Faixinha e nem das meninas que panfletavam. Inclusive, manifesto aqui publicamente o meu respeito ao cara anônimo que fica vestido de Faixinha. Sério.



Mesmo respeitando demais, me senti num impulso de agradecer à Deus, aos Deuses, ao Universo. Como você preferir. Agradecer pelo fato de não precisar estar vestido de Faixinha e nem panfletando às 7h15 de uma gélida manhã. Afinal, estava me alimentando (e bem) para ir à faculdade, poder estudar. Por mais que hoje um dia um curso superior não represente muita coisa, sabemos que o fato de ter-se um curso superior é um requisito mínimo em termos profissionais no dia de hoje. De fato, quem tem a oportunidade de fazer uma faculdade realmente faz parte de uma elite. Não digo elite intelectual, pois o universitário na maioria das vezes é um belo de um ignorante, que simplesmente vai ser um profissional ou técnico ignorante. Digo elite no sentido de poder ter acesso aos estudos, poder ostentar um diploma em seu "curriculum vitae". E enquanto comia pizza de manhã, após um banho quente, devidamente acomodado na cadeira da mesa de jantar, subitamente me dei conta de que a vida é bela. E que devemos valorizá-la. Rir mais. Agradecer mais.

Vamos sorrir mais. Vamos estudar, vamos trabalhar. E vamos nos divertir sim, claro. É direito legítimo do ser-humano divertir-se. Muito embora eu não seja feliz. Nem triste. Tenho momentos de felicidade, assim como tenho momentos de tristeza. Mas não apenas existo. Eu vivo.

Ainda refletindo enquanto me alimentava, ouvi as escandalosas sirenes de uma ambulância que cortava em alta velocidade a fina garoa daquela manhã cinzenta, mas de uma ainda simpática Segunda-feira. Senti-me então feliz por não ser eu a ser conduzido às pressas naquele automóvel. Nem eu, ou nem ninguém da minha tão amada família. Lembrei então do Dia dos Pais, que havia ocorrido no Domingo, um dia antes. Um almoço feliz, com a família toda reunida. Amo meu pai. E também amo minha mãe, e meu irmão. E todo o resto da minha família. E meu amigos, e meus colegas. Só não amo ainda meus inimigos. Mas tenho tentado, pois assim ensinou Jesus Cristo. Um dia chego lá. E entre um sorriso que se esboçou em minha face ainda sonolenta, agradeci novamente.

No mesmo jornal que eu assistia, vi que uma jovem de 17 anos havia morrido num Parque de Diversões (?) no Rio de Janeiro (e hoje, na data que transcrevo esse texto do meu caderno para o blog e o posto aqui, outro jovem que estava internado em estado grave também veio à falecer em decorrência do mesmo acidente.) Como não agradecer também? Afinal, nunca despenquei de brinquedo algum nos parques que já percorri, muito menos fui atingido por nenhum deles enquanto aguardava numa de suas imensas filas. É claro que ouvir tal notícia me deixou muito triste. Intrigado em relação às "ironias do destino". Mas confesso que me senti feliz. Por mim, por estar vivo. Não por ela, claro. Que Deus a receba de braços abertos, e que com os mesmos braços ampare sua família.



Como disse, eu nunca despenquei de um brinquedo. Nunca quebrei um osso na infãncia, muito embora tivesse tido várias oportunidades para isso. Nunca tive uma overdose sequer no auge do meu momento "sexo, drogas e rock´n, roll". Chego ao cúmulo do ridículo de sorrir diante do fato de nunca ter morrido. Pelo menos nessa vida. E agradeço por isso.

Talvez você seja bem parecido ou parecida comigo, e deveria agradecer também. Eu também choro. Também sofro às vezes. Sou um belo retardado às vezes. Mas também sou bem incrível. Preciso de massagem de ego. Aliás, eu necessito de massagens de ego. Tenho uma cota mínima delas por dia. Tem de ser pelo menos uma por dia, e isso é tão importante quanto o café-da-manhã, o almoço ou os tais 2 litros de água por dia. Do contrário, começo a entrar num processo depressivo. Eu ia dizer "começo a entrar num processo auto-destrutivo", mas me dei conta que já vivo num processo auto-destrutivo. Mas não se desesperem, é um processo feliz. Muito provavelmente você vive o seu processo auto-destrutivo também. Ou seja, sou tão ridículo quanto você. E deveríamos agradecer por isso também. Agradecer pode te deixar feliz, assim como me deixa feliz.

Agradeço também pela oportunidade e pelo fato de poder ter sido (e ser) amado, educado e alfabetizado, dando assim possibilidade para eu poder exteriorizar meus pensamentos em palavras em poder compartilhá-las com você, "amigo que talvez eu conheça". Ou "amigo que talvez eu não conheça". E se caso eu não te conheça pessoalmente, saiba que te considero um amigo pelo simples fato de você ter perdido (ou ganho) seu valioso tempo lendo os devaneios matinais deste que vos escreve com tanto carinho. A não ser que você seja um puta de um babaca. Aí, não me considere seu amigo. Me considere no máximo um conhecido seu.

E pensando sobre esse negócio todo de agradecimento, me lembro de quando eu era criança. Naquela época, eu era obrigado a dizer "obrigado". Principalmente quando eu ganhava presentes que eles sabiam que eu não tinha gostado nem um pouco. Já na minha adolescência, minha consciência, minha racionalidade, que me obrigavam a agradecer aquelas coisas que a gente simplesmente sabe que tem que agradecer. Hoje em dia, homem feito (talvez um menino num corpo de homem), digo "obrigado" sem ser obrigado.

Aproveito para dizer que me sinto bem cansado ultimamente, pois dormi bem pouco ou quase nada nos últimos dias. Por opção própria. E agradeço pelo fato de ter a liberdade de não dormir quando eu bem entender, pelos motivos que eu bem entender, e o mais importante de tudo: fazendo o que eu bem entender.



Me traz muita paz o fato de poder, numa cama quente e confortável, dormir o sono dos justos. Ou dos injustos. Só Deus sabe. Se bem que, em um julgamento perante minha própria consciência, eu me considero ainda bem injusto para comigo mesmo. Para com o meu corpo, para com o meu espírito. Não um injusto feliz. Não um injusto infeliz.




Na verdade sou apenas um injusto bem consciente no que tange à meus próprios erros e acertos, às suas responsabilidades e suas irresponsabilidades. Apenas um injusto bem conformado com sua humanidade, na exata medida em que me inconformo com o fato de ser apenas humano.



Alma vestida de carne, que se adorna com excessivos aparatos perante Deus, o mundo e perante si mesma. Mas que ainda muito pouco se perfuma com a fragrância das virtudes.

Alma penada que vaga aprisionada dentro de seu próprio invólucro carnal transitório. Que assombra suas próprias virtudes com os urros fantasmagóricos da sua própria personalidade, que durante milênios viciou-se em si própria. Viciou-se em suas mentiras tão verdadeiras que tornaram até hoje tão incertos os seus próprios acertos. E perante Deus e o Diabo, e perante inclusive o mais católico dos ateus, tão certos ainda são e serão os reiterados erros deste espírito que neste planeta com certeza nasceu para morrer e para talvez viver. E rezou, no doloroso caminho que fez entre o céu e a terra pouco antes de reencarnar, para que existente não fosse a inexistência de consciência perante aquela existência que se iniciaria na Terra de forma ainda tão inconsciente!

Espírito consciente de seu potencial latente e infinito, perante (e tal qual) o Universo. Espírito esse ainda tão inconsciente das consequências de certas atitudes que ainda insiste em tomar, mas sempre consciente quanto ao fato de saber quando olhar aos céus e e simplesmente agradecer.

E lembrem-se, crianças: O PEDESTRE PASSA, O RESPEITO FICA.

Uma boa vida à todos.

*Crônica escrita na mesa de jantar da minha casa, enquanto comia pizza, na manhã descrita acima

domingo, 31 de julho de 2011

Só sei que desabafei.

"E todo esse seu passado não tão nobre assim, que você simplesmente se permitiu viver como parte das experiências tão humanas, serão apenas passado. Então é muito mais cômodo adiar essa mudança, ou fingir que não é com você. Ou tentar justificar isso da maneira que melhor lhe convir."



Costumo escrever de forma polida na maioria das vezes, abordando tudo sempre filosoficamente. Hoje não vai ser assim. Vamos falar sobre o mundo real. O mundo de homens que agem como meninos, e de mulheres que agem como meninas. De meninas que agem como mulheres, e meninos que agem como homens. Eis aí o ser-humano sempre em crise. Patético.

Pede-se decência na sociedade. O companheiro ou companheira que você arrumar pra vida inteira há de ser decente. E você quer essa pessoa decente pra você, e você exige que uma pessoa assim apareça no seu destino. E aparecendo ou não essa pessoa, a verdade é uma só: a decência não basta. Nos teus pensamentos mais sombrios você quer ser tratado ou tratada às vezes com indecência. Talvez exija que seu companheiro decente te trate de forma indecente. Ou talvez queira que outra pessoa além do seu companheiro te trate com indecência, afinal ninguém vai ficar sabendo. Será que não é um direito seu? Afinal, quem vive limpo, às vezes gosta de se sujar. Só pelo prazer de poder se limpar. E talvez depois se sujar denovo. Nojento.

O amor não é o suficiente pra você. Pois nesse planeta habitado por seres humanos ainda tão egoístas, o amor sempre acaba tirando parcelas da sua liberdade. E quem quer ficar preso? Então você faz assim: mesmo que você venha a se "prender" num relacionamento, você precisa respirar. Um flerte aqui. Talvez um abraço ali. Quem sabe uma transa acolá. Mesmo que você não concretize isso no plano físico, você se permite a fantasiar com esse tipo de coisa no banheiro ou jogado na sua cama. E fazendo isso, os homens podem fingir serem exemplares pais de família, enquanto ainda ostentam seus hábitos mais primitivos de caça e conquista sexual, tendo ainda assim o seu título de macho-alfa. E as mulheres podem viver seu sonho de usar véu e grinalda, viver seu sonho numa casa de bonecas com seu marido, talvez alguns filhos, e ainda assim ter seus momentos de uma verdadeira protagonista de um romance do Nelson Rodrigues. Afinal,  todos ainda têm seu lado animal. E tem dias que ele simplesmente berra, não é? Eu apenas rezo para que você saiba discernir o que é realidade, e o que não é. E não é porque você vive uma situação de carne, osso e talvez um pouco de suor, que isso significa que essa situação que de fato aconteceu é real. Tantas vezes vivemos mentiras na nossa carne. Às vezes vivemos mentiras na carne dos outros também. Se pelo menos alguém nos avisasse, não? Triste.

Ou que tal simplesmente fugir do amor? Dizer a si mesmo que ele simplesmente "não é pra você". Foque na sua carreira. Faça seu mestrado. Seja rico ou rica antes dos quarenta. Diga que é independente. E entre noitadas vazias regadas à muita bebida, talvez algumas drogas, você vai vivendo sua vidinha vazia de merda achando que é o máximo. Seu sorriso forçado nas fotos é só mais uma máscara que você resolveu usar, e que faz questão de mostrar pra todo mundo. Parabéns, você se enganou direitinho. Covarde.

Mesmo o amor não sendo o suficiente, você também não quer passar o tempo todo sendo tratado ou tratada como um objeto. Ser apenas usado o tempo todo cansa e deprime, por mais que você também use os outros de certa forma. Então às vezes revolta-se com o estilo de vida que você impôs à si mesmo ou à si mesma. E acha injusto o fato de todo mundo te achar um filho da puta, ou uma vadia. Afinal, por baixo de toda essa podridão ainda bate um coração. Poético.

Você sabe que precisa achar um meio-termo. De verdade. Mas hoje não. Talvez amanhã, talvez mês que vem ou ano que vem. Você decidiu aproveitar esses seus momentos de humanidade ao extremo, pois sabe que quando assumir de vez seus compromissos mais nobres, esse caminho não terá volta. E todo esse seu passado não tão nobre assim, que você simplesmente se permitiu viver como parte das experiências tão humanas, serão apenas passado. Então é muito mais cômodo adiar essa mudança, ou fingir que não é com você. Ou tentar justificar isso da maneira que melhor lhe convir.

Pois assim são algumas de nossas experiências humanas, em especial as que descrevi acima. Patéticas, nojentas, tristes e covardes. Algumas até poéticas, em meio à todo esse caos que todos nós vivemos em dado momento da nossa vida. Ou que ainda iremos viver. Ou se já vivemos, que talvez iremos viver novamente, em maior ou menor intensidade. 

Pessoas como eu descrevi acima são niilistas? Românticas? Me parece mais um niilismo romântico, eu me permitiria dizer. Mas no final, o "niilista romântico" vai ter que escolher um lado, ou outro. Viver em cima do muro é simplesmente anti-natural.

É claro que toda regra tem suas exceções. E se você é uma dessas exceções, me perdoe. Mas caso não seja, te vejo por aí.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Só sei que não sou Diabo.

"A mensagem mais importante é: não deixemos nunca um ideal político se sobrepor à um ideal moral. Pois um verdadeiro ideal político, é moral por si próprio."





Já imaginou estar em uma ilha com seus amigos num final de semana, quando de repente um homem vestido de policial surge e abre fogo contra todas as pessoas à sua volta, inclusive contra você mesmo?

Para quem não sabe, os atentados na Noruega já somam mais de 70 mortos, até o momento dessa postagem. A ilha de Utoeya, da qual ninguém nunca havia ouvido falar, foi o triste palco desse "massacre político". Não contente, bombas foram detonadas no complexo governamental de Oslo.

O único suspeito e único detido, o qual não citarei o nome, explicou que seu objetivo era "castigar a social-democracia por esta importar muçulmanos". Afirmou também, diante do juiz, que "precisava executar os atentados para salvar a Noruega e a Europa ocidental dos muçulmanos e do marxismo cultural".

Fonte: http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5260296-EI188,00-Policia+reduz+para+numero+de+mortos+em+atentados+na+Noruega.html

Bom, o que podemos falar sobre isso? Sem julgarmos, é claro?

É algo muito triste e desolador, sabemos que tantas almas jovens tenham perecido pelas mãos deste fanático. E é nisso que vamos focar aqui, no fanatismo político.

Infelizmente, o raciocínio deste desgraçado (e digo desgraçado, pois desgraçou a sua vida, e a de tantos outros) é politicamente ridículo.

Ele afirma claramente temer o muçulmanos. Pois na cabeça de qualquer preconceituoso, todo muçulmano é um terrorista em potencial. Então, esse gênio pensou: "Se meu governo me obriga a conviver com muçulmanos que podem executar ataques terroristas, o que farei? Já sei! Irei fazer um ataque terrorista eu mesmo."

Uma solução patética, que seria engraçada se não fosse trágica. Este homem critica os marxistas, assim como eu também critico muitas posturas marxistas. E se esse homem se sentiu ameaçado pela violência hipotética que o marxismo carrega (tendo em vista a luta de classes), seu raciocínio o mandou agir de forma mais violenta ainda do que qualquer marxista sequer agiu ou agiria em solo norueguês.




Como é triste dividir o planeta com pessoas assim. Como é triste ver as almas se despedindo da Terra de maneira tão fútil e violenta. Eu enlouqueceria se não tivesse fé em Deus.

A mensagem mais importante é: não deixemos nunca um ideal político se sobrepor à um ideal moral. Pois um verdadeiro ideal político, é moral por si próprio. A filosofia nos diz que o homem, antes de ser político, deve ser moral.

Repudiemos sempre a triste sentença maquiavélica de que "os fins justificam os meios". Se Machiavelli desenvolveu sua filosofia política para a Itália feudal da Idade Média, não mais justifiquemos ou propaguemos esse tipo de pensamento.

Lembre-se: um ideal político e moral nunca será plenamente atingido se isso se der através de um meio imoral. O felicidade só é plena quando conquistada através de sorrisos, nunca de lágrimas de desespero. O desespero conduz à vários lugares, e a felicidade não é nem de longe um deles.

Quando ages com violência, semeias dor e inimigos. E que lugar do mundo será feliz, se nesse lugar existir o mínimo foco de dor? Que lugar será feliz, enquanto houverem mágoas e inimigos?

Não procure nunca atingir a sua felicidade, ou de um povo, às custas das lágrimas e da dor dos outros. "Construa sua casa sobre as pedras, e não sobre a areia, pois assim, os ventos e as ondas do mar não a derrubarão", assim disse Jesus.



Medo do inferno não nos dá o direito de criar infernos para os outros. Pois a lógica é simples: se você criou um inferno para uma pessoa sequer, aos olhos dela, Diabo você já é.

E se Diabo você já é, longe de Deus você se encontra. Assim como se encontra longe de qualquer ideal nobre que um dia você sonhou ter.

Por mais que o Diabo (metafórico) exista e seja até, digamos, NECESSÁRIO, dentro de uma lógica para a Justiça Divina, isso não quer dizer que você deva chamar para si essa responsabilidade ou que você deva de alguma forma almejar esse cargo.

"Existem mais mistérios entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia", já dizia o poeta.

E posso te dizer o seguinte: lugar de Diabo não é na Terra, é no Inferno. E se você durante tanto tempo achou que era Diabo, vai perceber que o Diabo é um só, e que no máximo você foi instrumento dele. E você irá aprender que "instrumento" não quer dizer "amigo". E ele vai colocar você no seu lugar, tão certo como dois e dois são quarto.

Não sei se morrerei aos 27.

"Achamos que conhecemos todo mundo, quando na realidade não conhecemos nem a nós mesmos."



A Amy Winehouse faleceu, e choveram os comentários. Comentários de toda a ordem. E nesse espetáculo gerado pela morte, mais fui espectador que comentarista. Mas vou comentar meia dúzia de coisas agora.

O ser humano não perde a mania de julgar. Julgar o uso de drogas de um, julgar o estilo de vida do outro. Até aí nenhuma novidade. Muitos falam que: "Nossa, mas com esse dinheiro, talento e fama, eu jamais me afundaria dessa forma."

Tudo bem. Agora lhes pergunto o seguinte: "Você tem problemas na vida? Aflições, angústias? Ansiedade?" 

Se tem, ótimo. Isso prova apenas que você ainda é humano. E como todo humano, você deve beber no fim de semana, como qualquer ser humano. Talvez você seja alcoólatra ou viciado em drogas. Pouco importa.

Agora vamos imaginar um mendigo. Um mendigo na rua, encostado num muro de casa qualquer. Esquecido pela sociedade, talvez esquecido até por Deus. Ele sente frio, sede e fome. Não sente saudades, pois no fundo nunca teve ninguém. Talvez ele nem saiba mais seu próprio nome. Ele não vive - apenas sobrevive. Dia após o outro, tal qual um soldado numa batalha sangrenta.

Imaginemos ainda que esse mendigo, nos observasse em nosso dia-a-dia. Nossas atitudes, nossas fraquezas, nossos medos. Tudo. Ele com certeza nos acharia covardes, seres-humanos ridículos (pois afinal somos um pouquinho isso, não?), indignos de terem a sorte e a fortuna material que possuem. Sim, pois cinquenta reais é fortuna para um mendigo. Agasalho, cama e banho quente, comida quente na mesa são sim fortuna para um mendigo.

Ele comentaria com os outros mendigos: "Como pessoas com essa fortuna toda sofrem e vivem dessa maneira? São patéticas, fracas e deploráveis."

É claro que isso é apenas uma forma de ver a coisa toda. Mas uma forma muito interessante. É claro que aos olhos de um mendigo, nossas crises existenciais, nossos rompimentos de relacionamento e problemas sociais de qualquer tipo são simplesmente NADA. E por mais que não passemos fome ou frio, sofremos sim. Sofrer é humano, sofrer é degrau de elevação na escala evolutiva. Bem sofrer, para bem viver.

E sim, claro, temos direito de sofrer e ter nossos probleminhas, mesmo que o mendigo desaprove isso. No fundo, ele não deveria nos julgar. Pois ele não sabe o que se passa dentro de nós. São "níveis" de sofrimento. Conforme o ser humano vai evoluindo, os seus focos de sofrimento evoluem com ele. Se no começo sofríamos mais materialmente, com frio e fome, a finalidade daquele sofrimento era uma, nos primórdios da humanidade. Hoje em dia, para a maioria dos seres-humanos, o foco evolucional do sofrimento é outro, um foco menos material e mais moral, digamos. Tudo são fases, e aos poucos o ser-humano vai se aquilatando em todos os setores do sofrimento e das misérias humanas, ao longo das encarnações.

Mas, se temos o direito de sofrer, soframos. E não julguemos as pessoas que se vão cedo, especialmente talentosos ídolos da música, que se vão, estranhamente, aos 27 anos.

Assim como o mendigo não sabe o que se passa dentro de nossa cabeça e do nosso espírito, nós também não sabemos o que se passa na cabeça de cada um. Seja ele famoso ou não, tenha ele 27 ou 57 anos. Nós apenas ACHAMOS que sabemos o que acontece dentro. Achamos que conhecemos todo mundo, quando na realidade não conhecemos nem a nós mesmos. 

Apenas oremos por essas almas tão perturbadas, que nos brindaram com o mau-exemplo, e querendo ou não, nos ensinaram com suas mortes como não agir em vida.

Não sabemos o que conduziu cada um à essa vida de excessos, à todo esse desequilíbrio físico e espiritual. E se não sabemos, devemos respeitar.

O inferno de nós mesmos é somente frequentado por nós mesmos. Apenas. Cada um com seus infernos. Cada um com sua vida. Cada um com sua morte.

Como dissemos acima, todos têm o direito de sofrer, do jeito que for, pelo motivo que for. O mendigo pode sofrer, nós podemos sofrer e a Amy e tantos outros também tiveram seu direito de sofrer, direito esse intransferível que se estende após a morte também. Espiritualmente, a reabilitação dela começou agora. Aproveitemos que ainda temos o nosso corpo físico para evoluirmos ainda em vida, para não precisarmos recuperar todo esse tempo perdido após a morte. Pois o tempo não volta.

Não sejamos o mendigo da parábola acima. Na parábola, somos a Amy. E o mendigo somos nós mesmos.

"Não julgueis para não ser julgado", disse um tal de Jesus Cristo há mais de 2.000 anos atrás.

Morrer aos 27, no fundo, é opção de cada um.