Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Só sei que não estagnei.

"Podemos, sim, passar uma mensagem de amor e caridade de uma forma mais rígida, às vezes até mais áspera. Assim como podemos passar uma mensagem de ódio e horror da forma mais sutil que a linguagem e os trejeitos humanos nos permitam."





Hoje quando acordei, lembrei de um sonho. E o sonho envolvia um bate-papo com o Rafinha Bastos em um prédio de Santos. Depois me vi em São Paulo com um colega (que na verdade era a mistura de dois colegas) e o metrô só estava disponível para que tivesse o "cartão ou passe internacional". Como eu só tinha 50 reais no bolso, pedi para me alojar na casa dele enquanto resolvesse o que faria da vida, pois não dava pra pegar um táxi até Santos. Chegamos na casa dele, e me dei conta que estava apenas de cuecas. Resolvi então tomar uma garrafa de água, que era daquelas Cristal, bem normal. Mas fui enganado - dentro havia água com gás. Eis que escuto e sinto alguém se aproximar: era a irmã do meu colega, que por sinal era uma delícia. Da minha altura, esguia, pernas longas e torneadas, cabelos negros. Rosto e expressão de anjo. Detalhe - ela estava de lingerie. O que me fez ficar um pouco mais à vontade pelo fato de estar de cueca na casa de um amigo que não existe em São Paulo. Ela começou a  me contar sobre o dia dela toda empolgada, e quando pensei em, quem sabe?!, arriscar algo com ela, eu despertei.

Mas aí eu lembrei que no bate-papo com o Rafinha Bastos eu comentava sobre meu blog, e comentava inclusive que o próximo tema seria esse que irei escrever à vocês agora (?).

Bom, seguindo a recomendação do meu sonho, vamos lá. Fazer o certo. Custe o que custar. Chega de fazer o errado.

Tudo bem. Mas muitos irão me (se) perguntar: "O que é certo e o que é errado?" 

Filosoficamente, eu poderia citar os Dez Mandamentos de Moisés. Os 3 Mandamentos que norteiam o Direito Romano. Poderia citar o Evangelho de Jesus. Poderia citar os filósofos de todas as gerações. Mas isso tudo parece estar meio distante de nós, não é? Para mim sinceramente não parece, mas percebo que a maioria das pessoas ainda se sente (ou resolve se distanciar) desse tipo de assunto. 

Também não irei citar a legislação atual. Vou trabalhar com uma máxima apenas: "NÃO EXISTE CERTO E ERRADO. O QUE EXISTEM SÃO APENAS AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS."

Perfeito. Assim lidamos mais com a ordem prática, do que com a ordem teórica.

Às vezes fazemos o certo e nos decepcionamos, ou somos decepcionados. Nesse planeta, quase todas as vezes, aliás. É um clichê ambulante que parece assombra os (ou aqueles que querem ser) homens e mulheres de bem. São tantas decepções, tantas desilusões nos inúmeros setores da vida humana, que alguns simplesmente desistem. A grande maioria apenas cansa e acaba por ficar estagnada moralmente.

Se usarmos a frase como norte, é muito fácil saber o que é certo, e o que é errado. Se nossos atos causam consequências, devemos analisar as consequências dos atos, ANTES de praticá-los. E por mais que a maioria das pessoas não tenha o dom de prever o futuro, não nos impede de fazer um exame lógico e racional daquilo que eventualmente poderá acontecer com a prática de um ato""X". 

Se a consequência desse ato puder ser, mesmo que minimamente, RUIM (tanto para você como para terceiros), pare por aí. Não o faça. 

Se a consequência desse ato não acarretar consequências hipoteticamente RUINS, vá na fé. 

Concluímos então que agir certo é agir no plano das ações que, hipoteticamente, não farão mal nem à nós e nem à terceiros, no nível que for. Logicamente, agir errado é agir no plano de ações que hipoteticamente podem causar, no mínimo, um leve mal-estar em você ou em mais pessoas.

Mas antes fosse tão fácil, não? Lidamos com pessoas de todos os tipos. Todas as classes sociais. O nosso senso de proteção básico nos diz que não podemos lidar com o bandido da mesma forma que lidamos com o cavalheiro. Com a prostituta da mesma forma que lidamos com a princesa. Com o débil-mental ou psicopata da mesma forma que lidamos com o erudito.

É claro que não, afinal não lidamos com crianças na mesma medida em que lidamos com adultos. Sim, ninguém é trouxa. Pelo menos a maioria.

Mas vale avisar uma coisa que na minha opinião é bem importante: FORMA não é ESSÊNCIA. Entende essa pequena diferença, amigo(a)?

Existem várias FORMAS de se agir com uma mesma ESSÊNCIA. Da mesma maneira em que eu posso ditar uma frase em trocentas línguas diferentes, no fundo a frase não é a mesma? A idéia que passo, independente do idioma, não é a mesma? Pois então. O raciocínio é o mesmo.

Tanto no plano da fonética, quanto no plano moral, podemos nos expressar sobre UM MESMO TEMA de FORMAS VARIADAS.

Podemos, sim, passar uma mensagem de amor e caridade de uma forma mais rígida, às vezes até mais áspera. Assim como podemos passar uma mensagem de ódio e horror da forma mais sutil que a linguagem e os trejeitos humanos nos permitam.

Usando um exemplo mais drástico, podemos até matar alguém. Seja por vingança, seja por legítima defesa. É um exemplo claro para a frase "NÃO EXISTE CERTO E ERRADO. O QUE EXISTEM SÃO APENAS AS CONSEQUÊNCIAS DOS NOSSOS ATOS."

No caso da legítima defesa, por exemplo, não é ERRADO matar. Às vezes, matar pode ser o CERTO a se fazer. Essa reflexão é profunda, até perturbadora, mas não menos verdadeira, pelo menos na minha humilde concepção.

O que nos leva a concluir que, de fato, não existe certo ou errado. EXISTEM APENAS ATITUDES PLAUSÍVEIS DE SEREM TOMADAS OU NÃO, DENTRO DE UM CONTEXTO ESPECÍFICO.

E para isso, pessoal, devemos conhecer o ser-humano. No geral, mas devemos também procurar NOS conhecer e conhecermos aqueles com quem convivemos diariamente. E se conhecemos alguém novo, procurar também conhecer essa pessoa, a sua história.

Todos temos uma história. Nossos dramas, nossos erros, nossas fantasias mais doentias e monstruosas. E quanto mais nos abrirmos, consequentemente os outros também se abrirão à você. E quando somos todos sinceros uns com os outros, nós SEMPRE saberemos tomar uma atitude. Não tomar a atitude certa, evitando a errada. Apenas tomando a atitude plausível, que será coroada de sorrisos e alegria. Quem sabe até meia-dúzia de beijinhos?



PS.: Resolvi fazer um adendo aqui que julguei importante. Muitas pessoas têm medo de fazer o certo, baseados em atitudes que outras pessoas poderão tomar em relação à atitude que ela tomou. Por exemplo: o romântico tem medo de ser romanticamente sincero com medo de ser taxado como ridículo. Uma pessoa respeitadora talvez não aja de forma sempre respeitadora pois "o mundo é dos ousados". 

Eu só acho assim: nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Mas EU acho assim. Siga com suas atitudes de acordo com o SEU "EU". Se sua essência, se sua vivência e experiência lhe manda ser um romântico inveterado, o seja! Se ela lhe mandar ser o mais garboso dos cafajestes, o seja também! O importante é VOCÊ SER O QUE VOCÊ É. 

Por mais ridículo que você seja em essência, lembre-se: Você será sempre menos ridículo sendo autêntico, do que representando um personagem qualquer. Pois um personagem sempre é obra da nossa ficção, ou da ficção de alguém. 

Viverás, então, uma obra de ficção ou a vida como ela é?

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