Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Só sei que escreverei.

"Se nem eu que nem estou tão mal assim da cabeça me entendo direito, como vou tentar entender uma merda dessas?"



Aí você cria um blog numa madrugada qualquer, e as pessoas começam a te ler, e a te entender. E a te cobrar. E a te criticar. Chegam pra você na maior cara de pau dizendo que o fluxo de postagens no blog anda lento, e que você deveria dissertar com aquele seu jeitinho filósofo-canalha sobre certos "temas polêmicos que têm feito a cabeça do povo brasileiro", como por exemplo: "Estupro no Big Brother Brasil", "Luísa que voltou do Canadá" e "Mulher que inventou que estava grávida de quadrigêmeos". Até é importante esclarecer - o que faz a cabeça do povo brasileiro não faz a minha cabeça. Não por ser "povo brasileiro", não sou anti-patriota, pelo contrário. Até servi o Exército, e se tiver guerra, lá estarei eu liderando um pelotão. Mas é que eu não sigo a massa. O pensamento massivo, do povão. Vou contra essa corrente infeliz. Não por ser melhor. Nem pior. Apenas não me satisfaz a alma ser tão ridiculamente medíocre e ler o que todo mundo lê, falar sobre o que todos falam ou sobre o que todos assistem.

Mas vou abrir uma exceção infeliz hoje. E nunca mais.

Vamos lá, então:

1. "Estupro no Big Brother Brasil" - Mulheres são estupradas diariamente em todo o globo. Enquanto eu escrevo esse texto, e enquanto você estiver lendo, não sei dizer exatamente quem e aonde, mas alguém estará sendo estuprado(a). Muito provavelmente alguémS. Sim, no plural. E daquele mais nojento e infeliz - com o estuprador, suado e fedorento, sobre a vítima que se debate indefesa, rezando para que morra asfixiada na mão calejada e grotesca do monstro que violentamente tapa sua boca. Ou em último caso, que morra de desgosto, afogada nas próprias lágrimas. Se nem esse tipo de ocorrência lamentável é digna de ser comentada (isso é coisa pra ser apenas descrita no universo jurídico, para que justiça seja feita, pois é um tema deprimente), não é estupro de banho tomado, pós-festinha-muito-louca em porra de reality-show, que vai ser digno de me comover, ou muito menos de ser comentado aqui por mim. No máximo, um parecer de três minutos numa mesa de bar sobre o assunto. E com toques de ironia. Pois sinceramente, isso pra mim é pouca bosta.

2. "Luísa no Canadá" - Eu ri pra caralho quando assisti esse comercial com o meu irmão. O pai da menina naquele comercial é simplesmente uma piada da pronta. E como toda piada pronta, piadas serão (e foram) feitas. Mas foram feitas em exagero. Supervalorizaram uma ocorrência engraçada. E aí, naturalmente, perdeu a graça. Pelo menos pra mim. É que nem aquela história de continuar a piada, sabe? Quem tem o timing, sabe que deve parar após a primeira e sincera gargalhada. O resto será resto. Entendeu, ou está no Canadá?

3. "Mulher que inventou que estava grávida de quadrigêmeos" - Certos casos Freud explica, outros não. Existem muitos casos interessantíssimos que podem e devem ser discutidos e estudados em todos os níveis - da filosofia, psicanálise ou psiquiatria. Esse caso bisonho não é um desses. É simplesmente o caso de uma xarope que inventou pro mundo que estava grávida de quadrigêmeos. Mentiu, e ninguém sabe o motivo. Sinceramente? Foda-se ela, e foda-se o motivo. Se nem eu que nem estou tão mal assim da cabeça me entendo direito, como vou tentar entender uma merda dessas? Quer discutir isso não é nem procurar pêlo em ovo, é procurar pêlo em merda. Debates são dignos, desde que sejam edificantes em algum nível. E discutir coisas assim sinceramente não me eleva em nada. Por isso me abstenho. Isso é coisa de povão. Zé povinho. Intelectualmente falando, claro.

E acho que vocês deveriam fazer o mesmo.



Tracem metas. Estudem. Trabalhem. Façam seu companheiros felizes, seja um companheiro decente. Caso seja solteiro, seja um solteiro decente. Tem muita merda acontecendo no mundo, minha gente. Mas MUITA merda. Olhar pro lado é importante, claro. Devemos sim, ser observadores. Mas a partir do momento que você constate que o que você viu ao seu lado é merda, então é merda. Pronto. Simples assim. Pois merda, é merda. Não tem muito o que filosofar sobre merda. Pois nem merda filosofa sobre merda - pois é merda. Não sejam merdas, vai.

Seus merdas!

2 comentários:

  1. Perfeito em todas as palavras!

    ResponderExcluir
  2. Que merda, hein! Eu juro que eu não estava sabendo de NADA disso. Foi bom ter deletado meu perfil do facebook, sinal de que, ao menos, não estou sabendo de tanta merda.

    ResponderExcluir