Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Só sei que tudo vem à tona. - "Teoria da Bola de Futebol no Mar."

"Vamos imaginar que o mar, na sua imensidão, seja a nossa mente. Afinal, assim como o mar, toda mente tem sua beleza, segredos, mistérios e zonas abissais que o próprio homem desconhece..."

Pois é, passei um tempo sem postagens. Se Jesus Cristo ainda vivesse nos dias de hoje, diria que "nem só de atualizar o blog vive o homem."

Hoje vou falar sobre algo que pensei no banho ontem. Não, não é pornografia...

Algo que resolvi chamar de "A Teoria da Bola de Futebol no Mar."


Quando eu ia à praia quando criança, depois de cansar de jogar futebol, ia dar um mergulho no mar. E claro, levava a bola de futebol pra dentro do mar comigo. Nadava mais ou menos até a água ficar na altura do peito, usando a bola como bóia. Quando chegava nessa altura, meu irmão, e quem mais estivesse na água comigo, o barato era afundar a bola até o fundo da areia, e depois soltá-la. A bola vinha à tona como se míssil fosse. E quanto mais fundo você levava à bola, com mais força ela voltava à tona. Essa era a diversão simplista das crianças no mar. Às vezes a brincadeira continha requintes de crueldade, depois que começamos a aprender como direcionar a bola como um míssil teleguiado para acertar o queixo dos amigos desavisados.

Mas aí são outros quinhentos.


Bom, é claro que minha Teoria não se resume apenas em contar essa história de criança à vocês. Insiste em fazer uma analogia entre essa brincadeira de criança com algo bem adulto: sentimentos.

Mais ou menos assim: Vamos imaginar que o mar, na sua imensidão, seja a nossa mente. Afinal, assim como o mar, toda mente tem sua beleza, segredos, mistérios e zonas abissais que o próprio homem desconhece...

Vamos imaginar que a bola de futebol seja um amor, por exemplo.

Agora, vamos imaginar que as crianças fazendo pressão na bola, arrastando-a para o fundo do mar, sejam sentimentos de ordem inferior, como orgulho, egoísmo, vaidade, preguiça, luxúria, avareza, fraqueza...


Pode haver uma criança pressionando a bola para baixo, para o fundo do seu mar interior. Podem haver duas crianças. Ou dez. Ou cem. Ou mil. Mas uma coisa, meus amigos, é certa: Não importa o quão fundo as crianças arrastem a bola. Elas podem nadar tão fundo em apnéia até uma fenda oceânica, passando pelos mundos imaginados por Júlio Verne e suas 20.000 léguas submarinas, assim como pelas suas fantásticas Lulas Gigantes, quem sabe até encontrem o Bob Esponja no caminho ou aquele monstro bizarro do filme "Cloverfield". Que seja o próprio Aquaman em pessoa levando a bola pro fundo do mar.


Não importa o quão fundo as suas crianças interiores levem a bola para o fundo do seu mar interior, uma lei inexorável da Física irá trazê-la à tona. E quanto mais fundo ela for, mais velocidade e mais força ela vai adquirir no trajeto de volta à superfície. E sim, TODA bola de futebol retorna à superfície, cedo ou tarde. E a pressão que a faz subir cresce ao longo da subida. Vamos tratar a pressão como todo o arrependimento, amargura e frustração que fazem a bola subir, e que só aumentam ao longo da subida.

Portanto, não deixem as bolas de futebol irem muito para o fundo. Aliás, nem para o fundo do mar levem as suas bolas de futebol. Procure mantê-las na praia, sempre à vista. Aonde tem terra. Aonde tem sol. Pensando pior, você pode até se afogar no mar. E mesmo não se afogando, cuidado: No mínimo, quando a bola vier à tona, você pode tomar uma bolada no queixo. Sem maldade.

E dependendo da força que ela tiver quando vier à tona, você pode se machucar. Vai doer. Talvez você possa chorar. Sangrar. Deslocar o maxilar. E se estiver sozinho, pior: Pode desmaiar e se afogar. Morto pela sua própria bola de futebol, arrastada pela própria infantilidade e imaturidade interior. Morto e com o cadáver derrotado à deriva no seu próprio mar interior e metafórico...

Não afundemos nossos sentimentos dentro de nós mesmos. Que lidemos com eles, sem medo de chorar. Para que não nos machuquem mais ainda quando vierem à tona.

Juro que minha próxima metáfora em relação à sentimentos terá zumbis como protagonistas.

E um "VIVA!" para as metáforas e parábolas!

Um comentário:

  1. O grande segredo é sempre manter sua bola de futebol cheia de ar, quanto menos ar, mais fácil de afundar e o pior, lá ficar.
    Como já disse o sábio Arquimedes "Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo."
    Então, encha sua bola de futebol com todos os sentimentos relevantes para o amor e mantenha-a na superfície graças ao empuxo.

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