Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

domingo, 13 de março de 2011

Crossroads.

"Afinal, ainda somos humanos. Humanos na estrada para a angelitude, muito embora ainda insistamos em cair de joelhos em certas encruzilhadas da vida, fazendo pactos com os mesmos demônios de sempre."

"I went down to the crossroads, fell down on my knees..."

Mais cedo ou mais tarde, você acaba se deparando com uma nova encruzilhada na longa estrada da vida. Espero que dessa vez você tome o caminho mais difícil. Aquele caminho que te obriga a ser a pessoa mais dedicada, disciplinada e obstinada no mundo. Tomara que nesse caminho, as pessoas não aplaudam seus erros, ou alimentem seu orgulho elogiando a máscara, a fantasia que você confeccionou em volta da sua própria alma, para esse baile de Carnaval que para você parecia ser um baile infinito. 

Bom, não é. Um baile é só um baile. E a vida passa longe de ser um baile. Trate a vida como um baile, e aí sim a própria vida arrumará seu jeito de TE dar um baile. E não adianta ficar triste e fazer birra. Todo Carnaval tem seu fim, e o seu já durava no mínimo há 4 anos. Lembra-se desse passado recente?

Seus prazeres mundanos desenfreados precisaram chegar ao ponto de te causar asco, seus instintos bestializados e potencializados quimicamente quase te conduziram ao cemitério. O que te gerava felicidade, precisou te gerar depressão. Não adiantou o baile acabar, você quis continuar dançando, mesmo sem música, com sua máscara desalinhada e a fantasia toda babada, suja também de sangue, ranho, urina e um pouco de excremento. Não bastaram as luzes se acenderem e os faxineiros começarem a limpar o salão. Sua postura esbelta agora era encurvada. Suas olheiras denunciavam a forma como você enxergava a vida. No fundo, você só saiu pois a dor não era mais apenas uma dor moral naquela ponto, a dor também havia se tornado física. Você simplesmente decidiu não morrer sozinho naquele salão. 

As futilidades finalmente serão tratadas como futilidades, até o dia em que forem completamente descartadas. As prioridades finalmente serão tratadas como prioridades. É estranho como, em certos caminhos, futilidades acabam tomando o posto de prioridade, e vice e versa. Às vezes parece mesmo que certos caminhos levam à um certo tipo de universo paralelo, mas ao passo de que esse universo encontra-se, no fundo, dentro de você mesmo. 

Você viverá a sua vida resignado, tal qual uma rotina militar. A carne ainda poderá gritar alto, mas que o seu espírito dê a palavra final sobre a mesma, sem precisar gritar ou espernear.

Leve apenas as provisões necessárias com você na sua viagem. Provisões físicas, e morais. Se carregarmos peso extra na longa estrada da vida, a tendência será pegarmos sempre o caminho mais fácil, mais confortável, pois estaremos carregando mais peso, e logicamente, cansaremos mais e mais rápido. E quase sempre, esses caminhos de aparente facilidade, esses ditos "atalhos que abreviam as dores", não nos conduzem ao destino certo. Nos farão sim, andar em círculos. Nos farão sim, nos perdermos do nosso verdadeiro destino. Nos farão sim, nos perdemos de nossos amigos, de nossa família. Nos farão sim, nos perdermos até de nós mesmos. Você pode perder muito tempo. Ou mais tragicamente (tragédia essa que você mesmo orquestrou), você pode perder TODO o tempo. Toda a vida. 

Mas veja, muito embora a vida não seja um baile, provavelmente nos veremos em alguns desses bailes da vida que ainda acontecerão. Posso não mais viver mascarado ou fantasiado constantemente, mas ainda carrego minha máscara no bolso, só por precaução. Afinal, ainda somos humanos. Humanos na estrada para a angelitude, muito embora ainda insistamos em cair de joelhos em certas encruzilhadas da vida, fazendo pactos com os mesmos demônios de sempre. Paradoxal. Tal qual a vida. Tal qual o Universo. Tal qual Deus. Tal qual você mesmo. 

Boa noite, boa viagem e boa sorte para você em seu novo caminho. Que seja sempre iluminado por Deus, até mesmo nos momentos em que você agir como Diabo nas mais densas trevas no caminho que você mesmo traçou.

Um comentário:

  1. Reconcilie-se
    Você não pode dar o que não tem. Se não estiver em paz consigo mesmo, você não pode dar a paz. Se não dá a paz, você nunca se tornará um instrumento de paz. Tome a decisão de ser perdoar por todas as suas fraquezas e falhas; deixe ir a sua culpa autodestrutiva sobre os erros do passado e saiba que havia valor em sua jornada através da noite escura da sua alma.

    Quando você criar a paz para si mesmo, observe atentamente tudo o que você fez e se lembre de que você precisou de todas aquelas experiências a fim de lhe fornecer a energia para que você tivesse o impulso para avançar para uma frequência espiritual mais elevada. Eventualmente, você reconhecerá que virtualmente cada avanço espiritual é precedido por um desastre de algum tipo e que todos os eventos indesejados de sua vida foram necessários. Por quê? Porque eles ocorreram, e não há acasos neste sistema inteligente, que chamamos de nosso universo.

    Se você é melhor do que costumava ser, esta já é uma boa razão para criar a paz para si mesmo.

    Todas as auto-reprovações, a culpa, o desapontamento, o ódio e a raiva que você dirige para si mesmo, simplesmente o afastam da paz.

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