Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Só sei que mulheres têm de ser femininas. - Espectrais x O papel da mulher na sociedade.

"Afinal, do quê adianta ser a mulher de Deus, se Deus não ama sua mulher? Ela apenas preferiu um humano que a visse como mulher, além de apenas enxergá-la como ser-humano."


Espectrais discutindo.
Como sempre.


Na liga de aventureiros mascarados de "Watchmen" existe uma mulher, e QUE mulher. Laurel Juspeczyk, para os íntimos, Laurie. O alter-ego de Laurie chama-se "Espectral".

Espectral tira o sapato para um relax. Afinal,
não é qualquer uma que combate o crime
de salto ato.


Na verdade, ela é a segunda Espectral, ou "Espectral II". O posto original de Espectral pertencia à sua mãe, Sally, que encarnava a mesma na década de 30, combatendo o crime com os "Minutemen", já citados no post anterior. Sally, a Espectral I, foi a primeira vigilante a lucrar com o super-heroísmo. Ela era um  verdadeiro "sex symbol" nos idos da Segunda Guerra Mundial. E além de enlouquecer a cabeça dos homens da época, ela utilizava de seu charme pra lucrar com isso.

Sally Jupiter nos anos 30.


Mesmo após o "Comediante" (esse figura ganhará um post logo mais) tê-la agredido e tentado estuprá-la, ela resolveu ter um caso com ele algum tempo depois disso. E de caso (meia dúzia de fodas), Sally acaba engravidando do Comediante, engravidando de Laurie.

Espectral I posa para os jornais após ter prendido
meia-dúzia de gatos pingados.


E Laurie só vem a descobrir que o Comediante é seu pai no final da trama, quando o mesmo já havia sido morto e enterrado. Desculpe, para quem não conhece a estória, esqueci de dizer "alerta de spoiler". Já era.

Comediante tenta estuprar Sally, e toma uma
bomba na cara de Justiça Encapuzada.


Bom, Sally se aposenta com a gravidez, e nasce Laurie.

"Feliz aposentadoria, Sally."


Sally atua drasticamente na criação de Laurie, incitando-a e educando-a especialmente para ser uma super-heroína, e assumir o seu antigo posto de "Espectral". E é justamente o que acontece, quando Laurie ainda era apenas uma adolescente. 

Malin Akerman, a Espectral
do filme. (Uau.)


Laurie, agora "Espectral", começa a atuar como uma super-heroína, e é quando ela acaba por se reunir com os "Watchmen", a liga de aventureiros mascarados posterior aos "Minutemen". E é nessa reunião que Laurie conhece seu futuro companheiro, o "Doutor Manhattan".

Laurie e Jon se beijam a primeira vez
na primeira reunião dos "Watchmen".
Ela era de menor.  Pedofilia.


Após a "Lei Keene" (também mencionei essa lei no post mais antigo), o Doutor Manhattan e Laurie se mudam para uma base militar, pois o Manhattan começa a trabalhar para o Governo Americano. Conforme o tempo vai passando, o Doutor Manhattan se torna menos humano, enxergando cada vez mais a vida humana com certo distanciamento. Para ele, a vida humana torna-se apenas um acontecimento físico-químico, um fenômeno do cosmos não mais importante que os outros.

Crackolândia. Vida dura.


Com essa visão de mundo, ele se torna cada vez mais frio e distante de Laurie, o que enfraquece o relacionamento, e acaba forçando a reaproximação dela com Daniel Dreiberg, o Coruja. E é com ele que ela se casa no final da trama. 
Chora não, bebê!


Bom, já que agora você conhece a história de Laurie, a Espectral, podemos analisá-la dentro do contexto de "Watchmen". Analisar o contexto da MULHER dentro de "Watchmen".  E é um contexto muito interessante, na minha opinião. Uma mulher é tecnicamente uma mulher quando tem sua primeira menstruação. Mulheres são os seres humanos "fêmeas", contrastando com os "machos". E se as chamamos de "mulheres" aos invés de "fêmeas" (afinal, são seres humanos racionais), não deve ser à toa.

"She´s a maaaaniac, oh no!"


A fêmea, na Natureza, é aquela que tem capacidade de produzir a gestação, e consequentemente, dar a luz às suas crias. Normalmente é ela quem cuida e cria seus filhotes, preparando-os para a vida adulta.

Laurie e Dan porrando a gangue no beco.
Cena antológica.


Na sociedade humana, o papel da mulher, durante milênios, foi basicamente esse também. Na Idade da Pedra, o homem saía para caçar com seus armamentos rudimentares, enquanto a mulher aguardava com os filhos nas cavernas. 

Me resgata desse incêndio.


Durante as Idades Clássicas, os homens eram mais militares e iam para as guerras, e as mulheres ficavam em suas respectivas cidades. 

Se esse bico fosse pra mim...


Na Idade Média, vemos surgir as primeiras Rainhas. No século XX, explode o movimento feminista, lutando pelos direitos da mulher. Eis que as mulheres ganham o direito ao voto em vários países, e como consequência disso, várias delas declaram sua independência como ser-humano, e começam a estudar e trabalhar em cargos que antes eram ocupados apenas por homens.

Pois é Coruja, vamo trabalhar.


Não vou me ater ao movimento feminista nessa postagem, tratarei disso futuramente aqui no blog de forma mais específica. Vou me ater à "Watchmen" e às duas Espectrais. 

Malin Akerman. Acho que te amo.

A primeira Espectral, Sally, era independente sim. Era tratada como um símbolo sexual, e acabou se acomodando nisso. Ser tratada como um objeto de carne e de luxo, para ela, era lucro. Isso satisfazia suas necessidades materiais, então era isso que importava. Vemos Sally engravidar, casar com outro homem que ela no fundo, não amava. Era apenas alguém para sustentá-la. Conforme ela envelhece na trama, vemos a figura de uma velha solitária, amargurada, triste, que vive amarrada ao passado, e acha que no fundo, apesar de suas realizações como super-heroína, teve uma vida vazia.

Sally nos tempos dourados.


A segunda Espectral, sua filha Laurie, já tem outra visão de mundo. Ela não aceita o fato de estar com um homem que não a enxerga como mulher. Ela não queria ser apenas enxergada como mulher, mas ser vista como mulher. Alguém para cuidar dela, alguém que não apenas que preencheria suas necessidades básicas. Alguém para amá-la de verdade, muito embora ela seja uma super-heroína, independente e bem sucedida por si só. Muitos acham seu personagem desnecessário à trama, mas isso é um absurdo. Seu personagem é dos mais importantes, pois ele traz à tona a temática do AMOR, em meio à temática de CAOS, DESESPERANÇA, VIOLÊNCIA e ÓDIO.

Tira a mão da frente, ô!


Ela é o ponto de equilíbrio dessa história inteira. E por ser uma mulher, e amar, e querer ser amada, ela simplesmente dá um pé na bunda de DEUS (Doutor Manhattan) para ficar com simples mortal, assim como ela (Dan Dreiberg, o Coruja). 

So kiss me.



Ela não quer uma rola gigante azul e enorme que tecnicamente nunca broxaria. 

Quadrinho auto-explicativo. 


Ela não quer "menage à trois" com um ser azul onipresente, anatomicamente perfeito com uma energia que nunca acaba. 

Três é demais. AAAA!
Que papelão, Jon!

Pois depois ela não vai querer nem trocar idéia.

Deixa quieto, Jon.
Psico.


Ela quer dar seu coração de forma sincera à uma pessoa sem super-poder algum.

Desenha pra ele, que ele não entendeu.
Pára de gagejar, Dan! Vira homem!


E ela deu (literalmente!) 

Agora sim!


Afinal, do quê adianta ser a mulher de Deus, se Deus não ama sua mulher? Ela apenas preferiu um humano que a visse como mulher, além de apenas enxergá-la como ser-humano.


Fofos até nos momentos de porrada.


E é essa atitude que as mulheres deveriam tomar em suas vidas, na minha humilde e sincera opinião masculina (mas não necessariamente machista). As mulheres devem ser sim super-heroínas, no sentido de serem fortes e independentes. Não devem mesmo depender de homem nenhum para sobreviverem.

Já dizia Nat Cole!
You really are.
       


Mas não confundir isso com o fato de não quererem se relacionar com homem nenhum. Pois homem e mulher, são opostos que se atraem, e se encaixam. Logo, devem somar um ao outro. Existindo cada um de forma independente, não dependente. E dessa independência, vem a soma voluntária. 

Último beijo de Laurie e Jon antes dele se mudar de
universo, ou talvez criar seu próprio universo.


Pois vocês mulheres trazem beleza à escuridão violenta do nosso dia-a-dia. São nosso contraste mais belo, e nosso ponto de equilíbrio mais importante. Não tirem isso de nós. Precisamos de vocês, tanto quanto vocês precisam de nós. E não precisa ser super-herói para viver uma história assim. Basta se dispor a amar. Basta se dispor a ser amado.

É com o Ozzymandias, relaxa.


Não seja um merda como o Ozzymandias.

Boa noite à todos!

3 comentários:

  1. Pois é, muitas mulheres esquecem que ser feminina vai muito além de ser vaidosa. De nada adianta ser gostosa, linda, maravilhosa, sexy e ser um homem de saias, sem sentimentos, sem o sopro de Vênus. A liberação sexual fez as mulheres quererem ser iguais aos homens nos aspectos mais negativos. Nós devemos, sim, ser femininas, leves, sutis, mesmo falando palavrões e com atitude e opinião própria. Nós devemos ser mimimi, pedir colo e expressar nossos sentimentos, mesmo quando somos heroínas - trabalhando, estudando, sendo esposas, mães, amigas, professoras, cozinheiras, etc etc etc - e mostrar a vocês que a vida é muito mais do que futebol, sexo, dinheiro e cerveja (sorry!!).

    Só sei que todos os homens deveriam pensar assim, e não achar que nós só queremos um pau gigante, dinheiro e paparicos materiais. Nada disso. Mulheres de verdade só querem amar, e ser amadas.

    Como sempre, amei! =)

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  2. Uau...Acho que sua conclusão fico um poucoooo confusa, digo, vc deixou algo no ar, como se estivesse faltando algo.
    Mas gostei, e digo mais, mulher super-heroína só a mãe da gnt mesmo viu.Mas essas sim sabem o que é amor, dar e recebe-lo. As de hoje em dia(mulheres), são mto vagas, mto racionais por assim dizer. Mas é que temos medos, e o principal medo de nos envolver é de não receber em troca aquilo que damos. Entende?

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  3. Poderia criar um comentário extenso sobre seu ensaio meu amigo, entretanto, você disse tudo em minucias. Como cantou a Rita Lee: - Toda mulher quer ser amada.

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