Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

sábado, 14 de maio de 2011

Só sei que calculei. - A Aritmética do Vício / Teoria do vício aritmético.

"O nosso tempo é curto, e com o vício em drogas acabamos encurtando-o de maneira agressiva. Eis um cálculo demonstrativo."



Como sabemos, a "aritmética" é o ramo da matemática que lida com números e com as operações possíveis entre eles. Não sei bem se é a palavra correta a ser utilizado em todo o contexto que será exposto, mas no meu ver foi o que melhor se encaixou.

Você deve estar se perguntando aonde a aritmética e um vício de ordem qualquer poderiam figurar num mesmo contexto lógico. E se manter sua mente aberta, quem sabe você não absorve o que estou tentando passar neste raciocínio.

Como bons entendedores, já analisamos o que significa a palavra "aritmética". Analisemos agora a outra palavra-base da teoria: o "vício". "Vício" vem do latim "vitium", que significa "falha" ou "defeito". É todo e qualquer hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. Seu antônime é "virtude". Mas vamos utilizar a palavra "vício" aqui num contexto mais ameno, deixando um índice de sua acepção completa. Vamos nos ater não ao vício de caráter, moral, etc. Vamos nos ater aqui, especificamente, a um tipo de vício muito específico, e muito presente na sociedade - o vício em drogas (álcool, fumo, naturais, semi-sintéticas, sintéticas).

Sendo "droga" o sinônimo de "narcótico", entorpecente" e "estupefaciente". Termos que denominam susbtâncias químicas que produzem alteração dos sentidos. "Droga", originalmente, remete à todo e qualquer produto ou substância, natural ou sintético, que quando introduzida no organismo, modifica suas funções naturais. É sabido que drogas levam à dependência química e psicológica.

Como disse acima, as drogas são e estão cada vez mais presentes nas sociedades. É muito comum drogar-se  desde tenra idade nos dias de hoje. Por mais estranho que pareça, drogar-se tornou-se "cultural" atualmente. Afinal, quando somos crianças não precisamos de drogas, pois nossa realidade é agradável. Brincamos, aprendemos. Quando somos adolescentes, situações eventuais começam a aparecer. Você pode não fazer tanto sucesso, ou o sarro que os colegas tiram de você podem vir a te deprimir. A realidade não é legal, e as drogas são um belo convite, além de um meio, para você fugir dessa realidade. O mesmo para a vida adulta. Mas nem precisamos ir longe, com todo esse extremismo narrado. A maioria das pessoas hoje em dia gosta de encarar o fato de você ter que lidar com a "responsabilidade" como um problema. Será que ser responsável é necessário? Ser responsável dá trabalho. Exige disciplina. Contraria todas as minhas paixões desenfreadas. Então encara-se "ser responsável" como um problema. Se algo exige responsabilidade, foge-se então dessa realidade. E dá-lhe droga.

Fala-se muito em "tipos" de usuários: "habitual" ou "eventual", e o "dependente" ou "viciado". Para mim, soa tudo a mesma coisa. A única diferença é que o "viciado" é mais humilde e se assume dependente, enquanto o usuário "eventual", de forma orgulhosa, prepotente e muitas vezes até decorrente de ignorância do próprio caso concreto, se julga no controle de uma situação ou hábito vicioso.

Não vou entrar no mérito sobre a questão das drogas em si. O motivo pelos quais as pessoas usam, o contexto sociológico atual da droga, entre outras coisas. Fica para uma próxima oportunidade. O que farei aqui é mostrar um cálculo aritmético demonstrativo, acerca do uso de drogas. Uma demonstração de que o "custo-benefício" do vício em drogas é caríssimo, levando em conta questões de saúde, dinheiro e especialmente nessa teoria, de tempo. 

O nosso tempo é curto, e com o vício em drogas acabamos encurtando-o de maneira agressiva. Eis um cálculo demonstrativo. E vamos frisar que nesse cálculo, serei extremamente brando, estou calculando o uso de drogas por baixo.

Um viciado normal (vamos chamar assim, muito embora todo viciado seja na verdade anormal) droga-se de forma constante, normalmente em dias intervalados. Afinal, ele tem de trabalhar para sustentar o seu vício, e não pode se dar ao luxo de viver entorpecido, muito embora ele assim viveria, se assim o pudesse.

Parte-se da premissa de que o viciado trabalha, logo o fim-de-semana é momento de luxo para suas práticas viciosas. É regra que o viciado irá drogar-se na sexta e no sábado, e vamos presumir que esse viciado tenho o mínimo de juízo e aproveite o domingo para descansar para trabalhar na segunda-feira. Vamos marcar com um X os dias em que a droga é consumida.

SEG  TER  QUA  QUI  SEX  SAB  DOM
                                        X       X 

Como lidamos com um viciado, ele jamais irá se drogar apenas no fim de semana. Pois lembremos, ele é viciado. Vamos chutar por baixo, que ele vá se drogar no mínimo mais duas vezes na semana, mesmo que a quantidade ingerida não seja cavalar. Usando a regra do consumo intervalado de drogas, aliando o vício à noção mínima de responsabilidade no trabalho que esse viciado tenha, vamos eleger dois dias para o uso de drogas nos dias úteis. Um deles muito provável será a segunda-feira, no mais tardar terça. Se ele se drogar segunda, provavelmente se drogará na quarta, intervalado. Se ele se drogar na terça, provavelmente irá ou emendar na quarta-feira direto e descansar na quinta (para poder aproveitar o fim de semana) ou drogar-se na terça e na quinta. Logo, temos:

SEG  TER  QUA  QUI  SEX  SAB  DOM
  X                 X                X      X

Drogar-se, por mais que seja hábito de anos, nunca deixa de ser uma agressão, uma tempestade química no seu corpo/mente. Surgem então os efeitos físicos e psicológicos da chamada "ressaca". A "ressaca" dura, no mínimo, o dia seguinte à ingestão da química. Vamos marcar com uma letra "R" em nossa tabela os dias em que nosso amigo terá "ressaca".

SEG  TER  QUA  QUI  SEX  SAB  DOM
  X       R       X        R      X      X        R

Já é possível observar que nosso amigo passa a semana inteira quimicado. Não há um dia sequer em que a harmonia esteja presente em seu corpo e mente. Mesmo nos dias em que não se droga, o corpo não tem tempo para se reestruturar atomicamente. E quando está tentando reequilibrar a harmonia, nova tempestade química ocorre, trazendo mais desequílibrio. E assim sem cessar.

Analisando por um outro prisma, podemos dizer que o dia na Terra tem 24 horas. E vamos supor que nos dias de química, a tempestade química dure, no mínimo, 12h. Essas 12h prováveis começam desde a primeira ingestão química, até a noite mal dormida (ou não dormida). Agora vamos somar mais 12h de efeitos nocivos do dia seguinte, do dia de "ressaca". Essas 12h do dia de ressaca são aproximadamente o tempo que você vai estar de ressaca, e não vai render tanto assim no trabalho. Contando também o sono que você terá de repor da noite mal dormida (ou não dormida).

Ou seja, acima contamos dois dias. Um dia de 24h no qual o viciado drogou-se. E o dia seguinte de 24 horas no qual o viciado tem ressaca. Subtrai-se 12h do consumo de drogas de um dia, e 12h da ressaca do outro. Logo:

48 - 24 = 24

Viram? A matemática nos mostra que dois dias, se tornaram um. E quantas coisas não podemos realizar em segundos? Quiçá em um dia?

Abster-se voluntariamente de precioso tempo em nome de sensações químicas e egoísticas não parece satisfazer a nossa lógica e sensibilidade humana.

Pensem sobre. Se nem Jesus, ou a mais sublime das Filosofias, ainda não te abriu os olhos, quem sabe a Matemática não ajuda?

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