Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Só sei que desapeguei.

"O desapego é algo tão inexorável nesse Planeta, tão inexorável quanto o próprio apego em si."



Muito fala-se sobre essa palavra: "desapego". Desapegar deveria ser tão natural quanto o fato de se apegar?

Vamos analisar essa questão.

O ser-humano se apega. À coisas materiais, à pessoas. À sonhos, à idéias. Até decepções. A capacidade de se apegar nem sempre anda de mãos dadas com o nosso livre-arbítrio. O "apego" é uma situação fruto do nosso inconsciente, enquanto o "desapego" é um processo completamente consciente. E dói.

Dói pois, amamos. Nós amamos muitos, nós amamos pouco. Nós odiamos. Até em casos de ódio declarado, vemos pessoas apegadas ao ódio, e simplesmente não conseguem desapegar do mesmo.

Como lidar então, de maneira decente, com o tal "desapego"? Bom, pode ser simples na teoria, mas quase humanamente impossível na prática.

Devemos amar, e sem medo de amar. Devemos amar, com a idéia consciente de que cedo ou tarde terá que se desapegar dessa amor. E essa desapego pode ser decorrência de vários fatores: uma ilusão, uma desilusão, uma decepção ou até a morte. O desapego é algo tão inexorável nesse Planeta, tão inexorável quanto o próprio apego em si.

Devemos sim amar, e incondicionalmente. Devemos nos deixar conduzir pelo coração, e amar aquilo tudo que ele nos manda amar. Mas amar de forma responsável e precavida, tendo sempre em mente que nessa vida tudo é passageiro. E lidar com a idéia certa de desapego de forma madura e consciente, e não triste ou mórbida.

Pois o amor não é passageiro, pois o amor não vem do corpo, vem sim, da alma. Ora, o corpo pode morrer, mas a alma não morre nunca. Logicamente, todo o amor que essa alma carregar com ela (seja lá para onde essa alma for) nunca irá morrer.

Pois o amor é vivo, até na morte. É feliz, até nas decepções. É seguro na insegurança. É luz na mais densa escuridão.

Deve-se viver e amar então, sem medo da morte. Pois todo desapego é temporário. E tudo que se atrai, o Universo trata de reunir, cedo ou tarde.

Confie em Deus, no Universo, no Amor e em você próprio. Afinal você faz parte de tudo isso, e tudo isso de certa forma faz parte de você também.

E toda a despedida entre os que se amam nunca é um "adeus", é sempre um "até logo". Por mais incerto que esse "até logo" possa parecer, é nisso que aquele que ama deve confiar. Aquele que ama é sempre o mais corajoso, pois ama sem medo de "adeus" ou de "até logo". E lida conscientemente com seu desapego, por mais que isso destrua dolorosamente o seu orgulho e todos os resquícios doentios de sua personalidade. 

E em vez de se deixar destruir pela tristeza envolvida em uma despedida qualquer, ele aproveita essa dor como uma dor construtiva, como força-motriz, tal qual uma Fênix esperançosa revivida das cinzas da tristeza e da incerteza. Fênix essa, que irá alçar os vôos tão altos, que um dia esse Planeta será apenas para ela um ponto luminoso e distante no Universo. Lugar esse tão abençoado, pois lá que a Fênix aprendeu a ser Fênix.

Bendito seja o nosso sofrimento diário, desde que bem-vivido e bem absorvido por nós mesmos. Pois no Planeta tudo sofre, desde o verme até o homem. Então sofre homem. Sofre mulher. Pois essa é a tua escola.

Respire fundo. Erga a cabeça. E um bom final de semana à todos.

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