Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Só sei que levantei.

"A juventude está órfã de bandeira. Pois quem lhes disse que bandeiras caem do céu?"



"Minha geração não tem bandeiras."

Argumento MUITO utilizado por pessoas jovens, especialmente no nosso país. 

Sim, todos precisamos de bandeiras. Todos precisamos de heróis, de ideais, de uma causa. E as pessoas em dado momento da sua vida começam a sentir falta de tudo isso, quase que instintivamente. O que fazer então?

Bom, a maioria se acomoda. Se desilude. Simplesmente desiste, e repete pelo resto da vida: "Minha geração não tem bandeiras." E já que não tem bandeiras, não tem um ideal de vida que o norteie. E ele desiste. E ele falha. Afinal, ele é órfão de uma bandeira que nunca teve. E os jovens, órfãos das bandeiras que nunca tiveram, lançam-se vencidos no turbilhão do acaso. 

Os velhos, bom, a geração deles com certeza tinha mais bandeiras que a nossa. Mas parece que só bandeiras não foram suficientes. Ou talvez não lutaram sua batalha com a devida coragem, com o devido método. Então esses velhos, órfãos das bandeiras que tiveram, se lançaram há tempos no turbilhão da decepção, da derrota. E infelizmente como é difícil achar um velho que diga à um jovem: "Ainda tenho esperança que tudo mude." O "tudo está perdido" me parece ser senso-comum, tanto entre os velhos, quanto - pasmém - para os próprios jovens.

A juventude está órfã de bandeira. Pois quem lhes disse que bandeiras caem do céu? Talvez, nossa geração, acostumada com essa facilidade virtual toda, onde tudo se resolve num clique, se ache no direito de pensar que poderíamos usar as bandeiras antigas. Bom, me parece mais plausível costurar bandeiras novas. Mesmo que baseadas nos antigos e imortais ideais de perfeição. O ideal pode ser velho, mas a bandeira há de ser nova. Confeccionada com o esmero do nosso auto-aperfeiçoamento, no tecido nobre e sedoso da esperança.

A juventude está cansada. Mas se ela não percebeu, está cansada pelo seu próprio hedonismo. Pela busca desenfreada dos prazeres egoísticos e entorpecedores, com o qual a juventude nos brinda em abundância. Metaforicamente falando, seria como se o cavaleiro cansasse seu próprio cavalo, antes de se dirigir ao campo de batalha. Como se esse cavaleiro gastasse o fio de sua espada nas árvores, cansando assim também seus músculos e sua mente, antes da batalha começar. Aliás, antes do cavaleiro SEQUER saber aonde se situará a batalha, ou com qual finalidade. Antes do cavaleiro SEQUER saber que é um cavaleiro. Se  está cansado, deves assumir o cansaço como fruto de sua própria incompetência.

Mas nunca é tarde para se recompor. Como também nunca é cedo demais para começar. Então, comece. Ou continue. Ou termine. Mas dê o seu passo em direção ao rumo certo. E quanto mais equilibrado, preparado e descansado você estiver, melhor.

Não dependa de bandeiras, não seja órfão de bandeiras. Teça a sua bandeira própria, e levante-a com orgulho, pois a sua bandeira é só sua. E levante-a bem alto, pois assim, atrairá para a sua causa todos aqueles que a fitarem no horizonte.

Quem sabe outras bandeiras não vêm unir-se à sua própria?

Sinceramente não sei. Mas a incerteza não deve ser o seu pretexto para nunca começar. Pois algo que a vida me ensinou até agora é que sem um ideal, toda e qualquer felicidade é, e sempre será, ilusória.

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