Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Só sei que errei.

"De forma inconsciente (ou não), as pessoas recusam-se a mudar certos tipos de conduta em suas vidas ainda consideradas reprováveis aos olhos de Deus."



Muitas pessoas que desenvolvem um senso de religiosidade (incluam a mim nesse grupo) desenvolvem a submissão consciente à vontade de Deus. Algo que podemos chamar de "submissão e disciplina consciente". E não só a teoria religiosa e/ou filosófica, mas também a prática na chamada "arte de viver" as conduziram por esse caminho resplandecente.

Resplandecente pois todo senso de religiosidade gera esperança. Mas gera ao mesmo tempo disciplina. Pois teus sofrimentos serão aliviados, na medida em que tua disciplina como ser-humano se desenvolva. Um raciocínio que nos conduz à máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará." O que para mim soa apenas como lógico e racional.

Mas algo a se observar é que o comodismo e a estagnação pessoalmente reside - e muito - de forma assombrosa nessas pessoas que têm desenvolvidas em si o senso de religiosidade.

De forma inconsciente (ou não), as pessoas recusam-se a mudar certos tipos de conduta em suas vidas ainda consideradas reprováveis aos olhos de Deus. 

Pois se Deus (ou o Universo) de certa forma nos "pune" quando fazemos ou insistimos em um tipo de errôneo de conduta, eu automaticamente associo qualquer insucesso na minha vida àquele erro continuado que ainda persisto.

Por exemplo: se algo dá errado em minha vida, provavelmente é porque ainda continuo roubando, furtando, assassinando, me viciando. Sejá lá o que for.

Então de forma surpreendente até, certas pessoas desenvolvem esse tipo de "auto-defesa". Continuam insistindo nos erros, pois assim, sempre arrumarão para si próprias um pretexto Divino para o insucesso que eventualmente ocorra em suas vidas, em um âmbito qualquer.

Afinal, o fato dela despirem-se dos erros e dos vícios as assusta. "E se eu viver a minha vida de forma decente, no nível máximo em que minha moral humana e ainda falha permitir?" - elas pensariam.

"E se, mesmo vivendo a minha vida decentemente, as desgraças morais continuarem a ocorrer? Em que erros irei justificar tais acontecimentos, sendo que eu não mais estarei cometendo erros? Justificar tudo isso como sendo da vontade de Deus será o suficiente para mim não abandoná-Lo, não perdendo assim, a minha fé Nele?" - elas provavelmente perguntariam à si mesmas.

Eu não vou dizer o que você, ou eu, devamos fazer. Vou apenas dizer que muitos nobres mártires da nossa História foram cruelmente assassinados (sempre com aplausos da massa) sem nunca terem errado. 

Vou apenas lembrar-vos que Paulo de Tarso, após sua conversão na estrada de Damasco, foi decaptado anos depois por um pretoriano qualquer.

E que Jesus, o Cristo de Deus, foi crucificado quando não tinha cometido um erro sequer durante toda sua caminhada aqui no Planeta.

Continuar errando, conscientemente ou não, como pretexto para sofrimentos atuais ou futuros, é opção de cada um.

Boa tarde à todos!

Um comentário:

  1. Vou comentar sobre um outro blog que vi recentemente, falando sobre a geração atual.

    A geração atual está acostumada com a felicidade instântanea. Está desacostumada com o esforço para conseguir as coisas que quer. É frustrada quando não vence, e não sabe lidar com isso. Quem não tem um primo ou irmão mimado, que tem tudo que quer e tudo que quer é material? Os pais vivem na desculpa de que querem dar uma vida melhor do que as que tiveram para os filhos, sem levar em consideração as conquistas pessoas que tiveram quando os seus pais não deram tudo o que queriam, e aprenderam a lidar com isso.
    Isso se reflete em tudo, por exemplo na educação. Antigamente, o professor era levado à sério e o aluno era "forçado" a estudar. Hoje em dia, o professor não tem moral e se de alguma forma expor o aluno, pode até responder à processo e ser exonerado do cargo.
    Nossa sociedade mudou os valores, muitos dizem diversos fatores para essa mudança. Para mim é mais simples do que parece, pois comportamentos como esse de pais e filhos como comentei, têm um efeito dominó, se refletem em tudo.

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