Só sei que nada sei, mas ainda insisto em digitar...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Só sei que desenterraram, e doaram.

"Mania do ser humano precisar ver sangue para se motivar a ajudar. E não é uma gota de sangue, tem de ser rios de sangue. Sangue, e lágrimas."

Graças à Deus conseguiram trazer à tona, através da cápsula Phoenix, os 33 mineiros que encontravam-se enterrados em uma mina no Chile.

Provação de Deus? Mera falta de sorte? Não sei. Eu particularmente acho que coincidências não existem, apenas as meras impressões de coincidências. Mas uma coisa é fato inegável à todos os cidadãos da Terra: bela demonstração de força e paciência por parte dos mineiros. E bela demonstração de força e união, por parte das pessoas que estavam na superfície (me parece que até a NASA tem sua assinatura nesse tipo de resgate pioneiro), trabalhando unidas visando apenas um objetivo: trazer à tona aqueles seres humanos que tinham como morada temporária o escuro e asfixiante subsolo terrestre.

Sem dúvida foram momentos difíceis para todos os envolvidos naquelas horas, e a população mundial assistiu à tudo de camarote. E um à um dos homens que surgia naquela cápsula que mais lembrava um caixão de Star Wars, a união fazia, literalmente, a força.


O que mais me chamou a atenção não foi toda a tecnologia desenvolvida para o tal resgate, nem a união entre países, nem as preces coletivas. Foram todas as doações, ao redor do globo, que foram feitas aos mineiros e suas famílias. Vão receber dinheiro, roupas, comida. E uma série de inutilidades, como camisetas do Real Madrid, por exemplo.  Inútil, mas temos aí uma demonstração de caridade mundial para com esses mineiros, independente da motivação de cada doador. Até um filme vão fazer sobre o ocorrido.

Será que clubes como o Real Madrid, ou empresários que doam a quantia de US$10.000,00 para os mineiros, realmente estão sendo caridosos, ou estão apenas aproveitando esse acontecimento midiático mundial para uma espécie de auto-promoção? Sinceramente, não me interessa. Me interessa apenas que a caridade está acontecendo, e é claro que isso me deixa feliz, independente dos motivos de cada "caridoso" de plantão.

Eu gostaria apenas que certos detentores de grandes fortunas se mobilizassem mais nesse planeta. Não apenas em tragédias como as do Chile (que graças a Deus não chegou a ser, de fato, tragédia), mas nas tragédias que ocorrem dia-a-dia no nosso planeta.

Ninguém mais fala nas vítimas do terremoto do Haiti, por exemplo.


Mania do ser humano precisar ver sangue para se motivar a ajudar. E não é uma gota de sangue, tem de ser rios de sangue. Sangue, e lágrimas.

Quanto sangue e lágrimas ainda terão de ser derramados nesse planeta para que o ser humano desenvolva de uma vez a virtude da caridade? Quantos membros destroçado e amputados? Quantos pais ou filhos terão de descer às suas sepulturas?

Comece sendo caridoso você mesmo. Em meio à esse incêndio de miséria, jogue você seu pequeno e caridoso balde de água fria. Muito embora não irá apagar o incêndio em um primeiro momento, dê o exemplo, e mais importante, faça isso pois de fato você é, ou quer ser, uma pessoa melhor. Jogando seu balde, uma hora o carro de bombeiros chegará. Muito embora o barulho das sirenes ainda pareça estar bem longe.

Descubra qual balde de água metafórico você já é capaz de jogar no incêndio da miséria no mundo, fazendo a sua parte.

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